A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira, 24, indicou que a projeção para o IPCA de 2019 no cenário de mercado está em 3,3%. Já a projeção para 2020 é de 3,6%.
Estes são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada, quando a Selic (a taxa básica de juros) passou de 6,00% para 5,50% ao ano. Foi o segundo corte da taxa após dez encontros de estabilidade. O cenário de mercado utiliza como referência as projeções do Relatório de Mercado Focus para a Selic e o câmbio.
Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido no fim de julho, as projeções do cenário de mercado estavam em 3,6% para 2019 e 3,9% para 2020.
Cenário de referência
Na ata, o BC indicou ainda que a projeção para o IPCA de 2019 no cenário de referência está em 3,4%. A projeção para 2020 é de 3,6%. Estes também são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada. Na ata do encontro de julho, as projeções do cenário de referência estavam em 3,6% para 2019 e 2020.
O BC formulou seu cenário de referência na ata divulgada nesta terça-feira tendo como base a Selic constante em 6,00% ao ano e uma taxa de câmbio de R$ 4,5. Este valor para o câmbio teve como base a cotação média para a moeda americana observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do Copom (13 de setembro). No entanto, como a Selic utilizada foi a de 6,00% ao ano, e não a de 5,50% ao ano, este cenário de referência já demonstra defasagem em relação à realidade.
Em função disso, no comunicado da semana passada e na ata agora divulgada, o BC incorporou projeções de seu cenário híbrido, com câmbio constante a R$ 4,05 e Selic do relatório Focus. Neste cenário, a projeção para 2019 passou de 3,6% para 3,4%. No caso de 2020, foi de 3,9% para 3,8%.
O centro da meta de inflação perseguida pela instituição este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 2,75% e 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Já a meta para 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
No Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira, 23, as instituições financeiras projetaram inflação de 3,44% em 2019 e 3,80% em 2020.
Preços administrados
Na ata, o Banco Central alterou sua projeção para a alta dos preços administrados em 2019. Para este ano, o índice calculado foi de 4,1% para 3,5% no cenário de mercado. No caso do próximo ano, o porcentual foi de 4,6% para 4,5%.
As estimativas anteriores constavam no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho. No cenário de referência, a projeção para a alta dos preços administrados em 2019 passou de 4,1% para 3,6%. No caso de 2020, foi de 4,4% para 4,5%.
O BC informou ainda as projeções para a evolução dos preços administrados em um cenário híbrido, que considera câmbio constante a R$ 4,05 e Selic do relatório Focus. Nesse cenário, a projeção para a alta de preços administrados em 2019 é de 3,6%, e para 2020 é de 4,6%.
Na segunda-feira, o Focus indicou que a estimativa para 2019 no mercado financeiro é de elevação de 4,50% dos administrados. Para 2020, a expectativa está em 4,22%.
As estimativas para os preços administrados ajudaram a formar a base para que o colegiado cortasse na semana passada a Selic de 6,00% para 5,50% ao ano.