A ata do Copom que decidiu pelo aumento dos juros básicos de 25% para 25,5%, levou em conta a inflação para tomar a medida. “O Copom entende que a manutenção da meta para a taxa Selic em 25% indicou uma projeção de inflação pouco acima da meta ajusta de 8,5% em 2003. Dessa forma, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a meta para a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual para 25 5% ao ano”, informou a ata, divulgada ontem (29) sobre a reunião realizada na semana passada.
Mas há outras informações na ata, como é o caso da previsão de aumento para os preços de produtos monitorados e de tarifas públicas. É o caso, por exemplo, da gasolina (que chegou a ser vendido por até R$ 2,299 em Curitiba esta semana). Segundo o Copom, o produto deve sofrer um “pequeno” aumento de 0,02% este ano, projeção já derrubada pela previsão de reajuste neste percentual apenas com a retirada de 5% de álcool da gasolina, prevista para o próximo dia 1.º de fevereiro. E, só nesta semana, a gasolina já teve aumento de 15% sobre os preços praticados no início de janeiro.
Para o gás de cozinha, o Copom modificou a projeção de alta de 2% para uma queda de 1,6% em 2003, sem explicar porquê já que o produto é derivado de petróleo e tende a subir com uma possível guerra contra o Iraque. As tarifas de energia elétrica, ainda segundo o Copom, continuam com previsão de aumento de 30,3% este ano.
Com isso, as projeções para o aumento do conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados (tarifas públicas e preços monitorados, como o de combustíveis) subiram de 13,04% para 14% em 2003 e de 7,6% para 8% em 2004.
Inflação
Apesar do recuou “recente” da inflação no País, os diretores do BC ressaltam na ata que, na medida em que as taxas de inflação atingiram níveis “elevados” no final de 2002, a convergência da inflação para uma trajetória compatível com as metas ajustadas depende da velocidade de queda da inflação no Brasil. “Nesse contexto, é importante avaliar o impacto sobre a inflação dos aumentos acumulados de 7 pontos porcentuais na taxa Selic ocorridos no último trimestre de 2002.”
De acordo com as análises feitas pelo Copom, registrou-se uma queda da inflação agora em janeiro, principalmente no segmento de alimentação e bebidas. O recuo mais forte aconteceu, segundo observam os diretores do BC, na semana anterior à reunião do Copom.
No documento, o Copom ressalta que “não haverá modificações” na meta ajustada de inflação de 2003, de 8,5%, ao longo do ano. “Exceto no caso de uma significativa alteração – para cima ou para baixo dos 14% já previstos – nos preços administrados e monitorados – pois esses preços não são afetados diretamente pela política monetária.” A variação dos preços administrados citada na ata exclui o efeito da variação cambial sobre esse conjunto de preços.