Pequenos produtores e entregadores de leite de Umuarama, Noroeste do Estado, estão faturando mais desde que criaram a Associação dos Produtores e Entregadores de Leite de Umuarama (Apelu). O laticínio comunitário começou a funcionar em junho deste ano.
Com a organização, os produtores têm um retorno maior, vendendo o litro do leite a R$ 0,80 diretamente para o consumidor final. “Se estivessem comercializando para os grandes laticínios, receberiam apenas R$ 0,28”, conta Valdeli Reis, técnico agropecuário da Emater.
São pasteurizados cerca de 4,8 mil litros de leite por dia. A instalação custou R$ 120 mil e foi possível através de uma parceria entre Governo do Estado, produtores e Prefeitura. Do total investido, 35% é do programa estadual Paraná 12 Meses, 35% dos produtores e 30% da prefeitura de Umuarama.
De acordo com o produtor João Paganglizzo, o custo operacional do laticínio é de R$ 0,12 por litro. Os 65 produtores e entregadores associados acreditam que hoje o produto oferece mais qualidade aos consumidores. “Se não fosse o laticínio, nós não poderíamos oferecer a qualidade que oferecemos hoje”, comenta.
O técnico agropecuário da Emater de Umuarama, Valdeli Reis, acompanha o processo desde o início. Segundo ele, a formação da associação viabilizou a entrega do leite. “Desde maio deste ano a comercialização de leite cru, sem pasteurização, está proibida”, esclarece. A Emater foi responsável por toda assessoria para estabelecer a associação e montar o laticínio, além de oferecer cursos de capacitação. “Hoje a nossa função é oferecer assessoria técnica para o funcionamento ideal do laticínio”, informa Reis.
Capacitação
Para conseguir a qualidade total no leite beneficiado no laticínio comunitário, os produtores decidiram investir em qualificação. Eles participaram de um curso sobre manejo do rebanho leiteiro, com 24 horas de teoria e prática em maior qualidade do produto. “Há muito tempo, a gente esperava por este curso. Começamos a trabalhar no laticínio e fomos aprendendo por conta. Se tivéssemos feito este curso antes, a gente teria errado menos”, lembra o vice-presidente da Apelu, José Pinhal.
O curso foi coordenado pela médica veterinária da Emater, Clarice Galvarros Bizarro Martins. Na prática, os produtores puderam observar as características de conformação das vacas leiteiras, ver quais os detalhes a serem observados para adquirir uma boa reprodutora, como melhorar o rebanho geneticamente e a alimentação animal adequada para garantir a qualidade do leite.
Os produtores aprenderam também a fazer testes para verificar a qualidade, presença de mastite, grau de acidez e quantidade de água no leite. “Quando o produtor conhece as técnicas para a melhoria do rebanho, automaticamente melhora a qualidade do leite produzido. A função da Emater é ajudar o produtor a caminhar com segurança”, constata a médica veterinária.