As receitas dos bancos de investimentos que atuam no Brasil na assessoria de negócios com fusões e aquisições chegaram a US$ 365 milhões até novembro do ano passado, segundo dados da consultoria Dealogic. O levantamento mostra que os bancos brasileiros Itaú BBA e BTG Pactual são os mais agressivos. Na média, ganham quase US$ 1,1 milhão por operação – muito aquém da média do Deutsche Bank, por exemplo, que cobrou US$ 4,4 milhões por operação no ano passado. Os bancos americanos como JP Morgan e Goldman Sachs e o suíço Credit Suisse cobram, na média, US$ 1,8 milhão.

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O executivo de um banco estrangeiro diz que a competição é tão acirrada que tem empurrado as taxas para patamares muito baixos. Nos Estados Unidos, segundo o executivo, os ganhos por operação são no mínimo de US$ 3 milhões a US$ 4 milhões.

Os concorrentes dos bancos brasileiros dizem que a estratégia tem sido a de cobrar mesmo barato para ganhar os clientes e lucrar nas operações de crédito, que acabam fazendo parte do pacote em um processo de compra e venda de empresas.

Escritórios

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Os escritórios de advocacia têm papel importante como assessores de operações de fusões e aquisições, geralmente trabalhando lado a lado com os bancos de investimentos. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, porém, a remuneração dos escritórios não depende do tamanho da operação em questão, mas do trabalho que ela gera. “A cobrança é pela hora de trabalho, independentemente do tamanho da fusão”, diz uma fonte de um grande escritório de São Paulo. “Quanto mais complicada a situação societária, melhor para nós.”

Segundo um levantamento da consultoria americana Merger Market, o escritório Barbosa, Müssnich & Aragão foi o líder em aconselhamento de processos de fusões e aquisições no Brasil em 2014. Em segundo lugar veio outro escritório local, o Pinheiro Neto, seguido de Davis Polk & Wardwell. Os 30 acordos assessorados pelo Barbosa, Müssnich & Aragão somaram US$ 36,4 bilhões, enquanto os valores do segundo e terceiro colocados chegaram a US$ 21,8 bilhões e US$ 17,6 bilhões, respectivamente.

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Em número de operações, no entanto, o líder foi o escritório Machado Meyer, com 40 fusões e aquisições no portfólio (as operações do escritório somaram US$ 15,5 bilhões, suficiente para a sexta posição em valores). Em número de acordos, o escritório Mattos Filho está na segunda posição (também com 40 operações, mas que somaram um valor menor, de US$ 12,9 bilhões), enquanto Pinheiro Neto e Barbosa, Müssnich & Aragão aparecem na terceira e quarta posições, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.