A assembleia de credores da Avianca Brasil, em recuperação judicial, se transformou ontem em um debate entre os advogados da Azul e da gestora americana Elliott. No pano de fundo das discussões, estava a disputa entre Azul, Gol e Latam pelas autorizações de pouso e decolagem (slots) da Avianca no aeroporto de Congonhas (SP), o mais disputado do País.

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A Azul participou da reunião como credora, mas aproveitou para questionar o projeto de recuperação, após ter levado um revés na última quarta-feira e ter visto afundar seu plano de ficar com a concorrente. Maior credora da Avianca, a Elliott o defendeu, após negociar com Azul e Latam a venda dos ativos da empresa endividada.

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Em março, a Azul havia oferecido US$ 105 milhões para ficar com os aviões e slots da Avianca. A empresa tinha como chamariz os slots em Congonhas, terminal no qual tem 5% de participação – a Avianca possui 7,7% e Latam e Gol, respectivamente, 44,7% e 42,7%.

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Reviravolta

Nesta semana, porém, a Azul foi surpreendida com um novo plano de recuperação da Avianca, que prevê o leilão dos ativos divididos em sete UPIs (Unidades Produtivas Independentes). Latam e Gol se comprometeram a ficar, cada uma, com pelo menos uma dessas UPIs e pagar US$ 70 milhões por elas. Segundo as aéreas, o plano foi fechado com a própia Elliott, que detem quase 75% da dívida de US$ 2,7 bilhões.

Na assembleia, a Azul questionou se seria possível que o leilão ser feito considerando as UPIs de forma separada e também em um único pacote. Caso a proposta pelo pacote único fosse maior que o valor somado pelas unidades individuais, ela prevaleceria. Até o fechamento desta edição ainda não havia definição em torno desse ponto.

O advogado da Elliot, Eduardo Mattar, afirmou que seu cliente não aceitaria essa proposta e não iria pedir perdão nem aos credores nem à Azul pela empresa ter perdido a oportunidade de participar sozinha do leilão. “Acredito que essa proposta (com Gol e Latam) é a que melhor atende aos credores e incentiva a competição”, afirmou. Segundo ele, a divisão em sete unidades oferece maior probabilidade de aprovação pelo Cade. “Como credor que tem um pouco mais de solução, não gostaria de gastar o tempo da assembleia com sabatinas e falsos dilemas”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.