Arroz e feijão deixam cesta básica mais barata

O prato principal dos brasileiros ficou bem mais barato este mês, em Curitiba. De acordo com a pesquisa da cesta básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada ontem, o feijão sofreu redução de 20,13% e o arroz, de 6,32% em abril, na comparação com os preços de março. Por outro lado, a batata foi o item com o maior aumento, de 22,73%, seguida da banana (6,56%) e do açúcar (5,67%).

Considerados todos os itens pesquisados, a variação mensal da cesta básica na capital ficou em -0,39%, o que reduz ainda mais o índice acumulado de 2009, que já está em -8,57%.

Nos últimos 12 meses, o aumento é próximo de zero: 0,10%. O custo total da alimentação básica de uma pessoa, em Curitiba, está em R$ 209,73, praticamente idêntico ao de abril do ano passado, quando o valor era de R$ 209,52.

De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese, a manutenção do valor da cesta e o aumento no salário mínimo, no período, causaram uma diminuição no percentual de comprometimento do salário com a alimentação.

Se, há um ano, a cesta básica correspondia a 50,49% do salário mínimo, em abril deste ano a taxa caiu para 45,1%. Silva aponta que a porcentagem média, este ano, é de 48,6%, bem menor que a de 2008, que foi de 53,34%, mas ainda maior que a de 2007 (47,23%).

Redução

O economista do Dieese explicou que o feijão preto – qualidade pesquisada em Curitiba – está em queda desde fevereiro. No início do ano, o quilo do produto custava, em média, R$ 4,96. Em abril, o valor caiu para R$ 2,97 – uma queda de cerca de 40%.

Já o arroz, que também teve queda generalizada nos preços, acumula uma redução de 14,8% no ano. O motivo, para Silva, é uma boa safra do produto. Outros itens da cesta básica que baratearam em abril foram o óleo de soja (-4,84%), o tomate (4,52%) e a carne (-0,16%), que representa a maior parcela (R$ 79,99) no custo total da cesta básica mensal.

Entre os itens que sofreram aumento, a batata foi o maior destaque, tanto em Curitiba como nas outras oito capitais em que o item compõe a cesta básica. Silva ainda revelou como surpreendente o aumento do açúcar, que de fevereiro a abril encareceu 26,3%.

Capitais

Entre as 17 capitais pesquisadas, Curitiba tem, no ano, a quarta maior queda no preço da cesta básica, atrás de Aracaju, Florianópolis e Natal. O valor atual está em décimo lugar entre as cidades.

No balanço dos últimos 12 meses, 10 municípios tiveram aumento nos alimentos básicos, sendo que a capital paranaense teve a menor alta. As capitais com a cesta básica mais cara, atualmente, são Porto Alegre (R$ 234,81), São Paulo (R$ 225,63) e Rio de Janeiro (R$ 222,60).

Salário mínimo

Com base no preço da cesta básica de Porto Alegre, o Dieese calculou que o salário mínimo deveria ser hoje de R$ 1.972,64 – 4,24 vezes maior que o piso vigente, de R$ 465,00.

No cálculo, o Dieese leva em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência.

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