A arrecadação de tributos federais somou R$ 18,714 bilhões em agosto, uma queda real de 14,9% em relação a julho e de 0,91% na comparação com igual mês de 2001. Ainda assim, foi o melhor resultado para o mês, se forem consideradas apenas as receitas administradas (só impostos e contribuições, sem contar recolhimentos extraordinários como dividendos e royalties).
A queda com relação a julho já era esperada, disse o secretário-adjunto da Receita Federal, Jorge Rachid. A redução se explica mais pelo fato de julho ter sido um mês de elevada arrecadação do que por problemas na arrecadação de agosto.
Em julho, a Receita engordou seu caixa em R$ 1,115 bilhão apenas com a cobrança de tributos atrasados de empresas que estavam com ações contra o Fisco na Justiça e desistiram. A Medida Provisória 38 deu a elas incentivos para retirar as ações como perdão de multas e de juros até janeiro de 1999. Permitiu, ainda, que o pagamento fosse feito em até seis parcelas.
No entanto, muitas empresas recolheram os tributos em cota única em julho. Em agosto, os pagamentos com base na MP 38 caíram para R$ 737 milhões. Essa receita deverá declinar ainda mais nos próximos meses.
Além disso, a Petrobras recolheu royalties em julho, mas não o fez em agosto, pois o pagamento é trimestral. Isso também ajuda a explicar a queda na arrecadação, assim como o fato de agosto ter tido quatro semanas, contra cinco semanas em julho.
