Arrecadação de impostos cresceu 2,8% em maio

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Ricardo Pinheiro, da Receita: expansão da atividade econômica.

Mesmo com o corte de tributos concedido pelo governo Lula e estimado para 2006 em R$ 9 bilhões, a arrecadação de impostos e contribuições continua crescendo e batendo recordes. A Receita Federal já arrecadou R$ 154,34 bilhões nos cinco primeiros meses do ano.

Os números, divulgados ontem, mostraram um crescimento real (descontada a inflação pelo IPCA) de 2,7% em comparação ao mesmo período de 2005. Em maio, a arrecadação chegou a R$ 28,72 bilhões e bateu mais um recorde histórico para o mês, com expansão de 2,82% sobre maio do ano passado. Devido a fatores sazonais, a arrecadação de maio teve uma queda de 17,94% sobre a de abril, mês em que tradicionalmente a receita é mais elevada.

Para o secretário-adjunto da Receita, Ricardo Pinheiro, o desempenho da arrecadação, apesar da desoneração tributária, é um sinal da expansão da atividade econômica combinada com maior controle da fiscalização. Do contrário, disse ele, a arrecadação estaria em queda por causa do corte de impostos. Pinheiro fez questão de ressaltar, no entanto, que não há folga de caixa. ?O crescimento da arrecadação não pode ser olhado com base no ano passado. Tem que ser comparado com o Orçamento da União para este ano, que foi contingenciado?, afirmou.

O secretário previu um crescimento real da arrecadação entre 2% e 3% em 2006. Os recordes sucessivos obtidos pela Receita têm dado munição extra aos críticos da elevada carga tributária do País. O secretário explicou que fatores sazonais levaram à queda de 17,94% das receitas em comparação a abril. Segundo ele, o resultado de maio é tradicionalmente negativo em decorrência do pagamento em abril da primeira cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e do recolhimento trimestral do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). ?Na medida do possível, o contribuinte foge do parcelamento, no qual incide a correção pela taxa Selic?, explicou.

Além disso, disse o secretário, a diferença no número de dias úteis influenciou negativamente a arrecadação dos tributos com apuração a cada 10 dias ou com fato gerador no mês anterior, como o Imposto de Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), Imposto de Operações Financeiras (IOF) e Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

As demais receitas também tiveram queda real de 64,87% provocada por fatores sazonais. Isso porque em abril há o pagamento trimestral de royalties relativos à extração de petróleo, fato que não ocorreu em maio. Já o crescimento de 2,82% em comparação a maio de 2005 foi puxado pelo Imposto de Renda, Imposto de Importação e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Segundo Pinheiro, em maio houve ainda uma arrecadação atípica de R$ 215 milhões da CSLL relativa a depósitos judiciais feitos por uma empresa do setor financeiro. Desde o final de 1998, os depósitos judiciais relativos a tributos entram nos cofres do governo como receita. Se o governo perder a demanda judicial, tem 24 horas para devolver o dinheiro, corrigido pela taxa Selic. Por outro lado, as receitas com o IPI (exceto bebidas, cigarros e automóveis) caíram no período 20,45%, principalmente por conta da redução a zero das alíquotas incidentes sobre bens de capital (máquinas e equipamentos) e insumos para a construção civil.

A Receita também divulgou ontem o resultado da arrecadação das contribuições previdenciárias, que totalizaram em maio R$ 10,27 bilhões, com crescimento real de 12,37% sobre o mesmo mês do ano passado e 3,29% em comparação a abril.

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