A Argentina conta com 67 bancos em todo o território nacional. Deste total, 12 bancos são públicos, enquanto que os outros 55 são particulares. O sistema financeiro argentino conta com 4.065 filiais bancárias, que possuem apenas 10.700 caixas eletrônicos.
Segundo estimativas da city financeira portenha, o grau de bancarização dos argentinos é um dos mais baixos do ocidente. O volume de créditos representa somente 14,7% do PIB (enquanto que a média da América Latina é de 33%). Além disso, após décadas de frequentes falências de bancos na Argentina e diversos confiscos bancários, a desconfiança no sistema financeiro é significativa entre os argentinos, já que 53% das famílias do país não operam com banco algum.
Desconfiados dos bancos e dos governos de plantão, os argentinos acostumaram-se desde os anos 70 a acumular suas economias dentro dos colchões, em latas nas despensas de suas cozinhas e demais esconderijos domésticos, além de caixas de segurança e contas em bancos no exterior.
No total, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), os argentinos possuem fora do sistema bancário um total de US$ 131,03 bilhões. Esse volume é US$ 41 bilhões superior ao volume de dinheiro fora do sistema que os argentinos possuíam em 2002, em plena crise econômica e social. O total de dinheiro que os argentinos guardam fora dos bancos instalados na Argentina quase triplica o total das reservas do Banco Central argentino, de US$ 48 bilhões.
Desde 1975 o país passou por seis graves crises econômicas que incluíram períodos recessivos, confiscos bancários, mega-desvalorizações da moeda, calote dos títulos públicos entre outros acontecimentos. De quebra, nesse período de 35 anos a Argentina teve turbulências políticas e guinadas de rumo a granel, com 14 diferentes presidentes (entre militares, civis eleitos nas urnas, além de civis provisórios colocados pelo Parlamento). O país também alternou fases de políticas estatizantes, privatizações e reestatizações.