Buenos Aires (AE) – A ministra de Economia da Argentina, Felisa Miceli, anunciou ontem que o governo vai conceder subsídios de US$ 100 milhões anuais aos principais produtos de consumo interno e um aumento de quatro pontos porcentuais do imposto cobrado pelas exportações (denominado retenção) de soja e derivados.
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva à imprensa, na Casa Rosada, após reunião da ministra com o presidente Néstor Kirchner. O aumento do imposto de exportação do complexo de soja será utilizado para subsidiar a produção de alimentos, como parte da estratégia do governo de manter a inflação sob controle. Com o aumento, que entrará em vigor a partir do dia 15 de janeiro, o imposto para as vendas externas dos grãos de soja será de 27,5%, enquanto que o imposto para a farinha e o óleo de soja subirá 24%.
O montante arrecadado a partir do aumento será somado aos recursos próprios do governo para criar o fundo de US$ 100 milhões anuais, segundo detalhou Miceli. ?Estes subsídios serão implementados através de mecanismos de transferência de recursos monetários para os moinhos, no caso do trigo, e para os produtores de leite, no caso do leite?, detalhou a ministra. Os subsídios também serão distribuídos aos produtores de milho, um dos principais insumos utilizados pelos criadores de gado.
A inflação de 2006 na Argentina foi de 9,8%, depois de um 2005 com 12,5% de IPC. Em 2007, ano de eleições presidenciais, o governo quer manter os preços nos trilhos, em patamares similares aos do ano passado. ?Nosso governo impulsiona o subsídio entendendo que é prioritário preservar os salários dos argentinos e o valor destes bens?, argumentou Miceli.
