Argentina teve déficit com o Brasil em 2004

A Argentina fechou 2004 com um déficit de US$1,8 bilhão nas relações comerciais com o Brasil. As importações de produtos brasileitos subiram 63,6%. Enquanto o Brasil vendeu US$7,37 bilhões, os argentinos exportaram US$5,7 bilhões para o País vizinho.

Um reflexo desse desequilíbrio é o protesto da Câmara da Indústria do Calçado da Argentina, que acusou os empresários do Brasil de exportar dois milhões de pares de sapatos e chinelos a mais que a cota estipulada para o ano passado.

Os empresários dos dois países se reunirão em fevereiro para negociar um novo pacto e até agora não há consenso para superar este conflito comercial, disse o presidente da câmara argentina, Héctor Sellaro.

"Ultrapassaram em dois milhões de pares de calçados", queixou-se em referência ao acordo anunciado pelos governos, que fixava para 2004 uma cota de exportação de até 13 milhões de pares.

Sellaro sustentou que os fabricantes brasileiros se beneficiam com subsídios públicos equivalentes a 42% do custo de produção de calçado.

O empresário calculou que o mercado argentino do calçado oscila entre 70 e 72 milhões de pares, enquanto que os brasileiros sustentam que chega a 120 milhões.

Os fabricantes argentinos financiarão um estudo sobre o tamanho do mercado local de calçado a ser feito pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos com vistas às negociações com os brasileiros, previstas para 7 e 8 de fevereiro próximo em Buenos Aires, indicou.

Linha branca

No ano passado, a Argentina abriu contencioso com o Brasil reclamando das exportações brasileiras de geladeiras e lavadoras de roupa. O assunto rendeu várias reuniões entre empresários dos dois países, e fez parte da pauta de discussões entre os presidentes Lula e Kirchner, nos encontros de cúpula.

O impasse ainda continua. As cotas estabelecidas nos encontros não são aceitas pelos empresários brasileiros, mas os argentinos não abrem mão de estabelecer limites para exportações.

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