O ministro da Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, classificou a moção de censura que o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez ao país, pela suposta má qualidade de suas estatísticas oficiais, de sanção por Buenos Aires “não fazer o que o organismo quer”, segundo a agência nacional de notícias argentina.

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Lorenzino também anunciou que o país planeja lançar um novo índice de preços ao consumidor, chamado IPC-Nacional, até o fim do ano, em substituição ao atual índice de preços, o IPC-GBA, informou a agência Télam. “Já há um processo em andamento e o Fundo está a par disso”, disse Lorenzino ao canal de notícias C5N. “Acreditamos (que o novo índice) entrará em vigor no último quadrimestre de 2013”, acrescentou.

Para Lorenzino, a moção foi motivada pelo vontade do FMI de sancionar “quem não faz as coisas” de seu jeito. “O objetivo (do Fundo) é dizer que os que fazem as coisas de forma diferente não são um bom exemplo”, comentou, de acordo com a Télam.

Lorenzino afirmou ainda que “nos anos 90, a Argentina era apresentada” pelo FMI “como um modelo para o mundo” e que, desde 2005, “quando o país buscou um modelo próprio de desenvolvimento inclusivo, passou a ser um mal exemplo”.

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Ontem, o Conselho Executivo do FMI disse que os progressos das medidas implementadas pela Argentina em relação às estatísticas nacionais “não foram suficientes” e deu ao país até 29 de setembro para cumprir suas exigências. Um dos participantes da reunião do conselho, o representante do Brasil no FMI, Paulo Nogueira Batista, qualificou de “contraproducente” a censura feita à Argentina.