A Argentina pediu hoje, em audiência na Corte Distrital de Nova York, a saída do mediador designado pelo juiz federal Thomas Griesa para conduzir as negociações entre o país e os fundos dos Estados Unidos, o advogado Thomas Pollack. O pedido, porém, foi negado na mesma audiência, que durou pouco mais de uma hora.
A Argentina não gostou da palavra “default” que Pollack usou em comunicado à imprensa, de acordo com o advogado que representa o país, Jonathan Blackman. “O comunicado foi infeliz”, afirmou na audiência, destacando que o país não foi consultado sobre o teor do texto. “É um diálogo que deve ser conduzido com total confiança e abertura. A Argentina não tem mais confiança no processo de negociação como conduzido até agora pelo mediador”, disse o advogado, afirmando que o comunicado mexeu com o mercado financeiro e a imagem da Argentina.
Já Griesa não concordou com o pedido da Argentina e classificou Pollack de “imparcial”. “Nada do que aconteceu nesta semana tirou a necessidade de trabalhar para um acordo com a mediação de Pollack”, afirmou o juiz. “Algo tinha que ser dito ao público e se a palavra default foi usada, não podemos dizer que ela é imprecisa. Não é anômalo chamar isso de default. O ponto é que a Argentina não cumpriu com suas obrigações”, disse Griesa, ressaltando que o pagamento aos credores que aderiram às reestruturações da dívida não foi feito no último dia 30.
“O importante é que as obrigações da Argentina persistem e o país tem de lidar com elas”, afirmou o juiz, pedindo que as conversas continuem para tentar a se chegar a uma solução.