Washington ( AG) – O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Rodrigo Rato, informou ontem que a Argentina solicitou oficialmente negociar um novo acordo, mas as conversações só serão iniciadas se os membros do organismo mundial derem luz verde. Nos últimos dias, o governo de Buenos Aires indicou que estava pronto para abrir as conversações o quanto antes e tentar obter um acordo que permita refinanciar os vencimentos da dívida com o organismo. Até 2007, a Argentina deverá devolver cerca de US$ 11,5 bilhões ao FMI, segundo dados da instituição.
Em comunicado, Rodrigo Rato explicou que como um possível pacto com a Argentina deve ?requerer um acesso excepcional aos recursos do FMI, a política do Fundo é de que haja uma consulta prévia ao diretório sobre qualquer negociação para um novo programa?.
Segundo uma fonte do organismo, trata-se de um acesso ?extraordinário? porque Buenos Aires já superou o limite de crédito que os países membros têm com o FMI, que passa em 300% sua cota (US$ 3,088 bilhões no caso da Argentina).
Até o ano passado, a gerência do Fundo decidia por si mesma se firmava acordo com países que haviam superado esse topo.
No entanto, o Conselho Executivo agora deve dar luz verde antes de serem iniciadas as negociações, ?para não perder tempo?, negociando algo com que, no final, poderia não estar certo, segundo a fonte. O diretório é o órgão que dá a aprovação final à assinatura dos acordos de crédito.
Essa reunião chave para a Argentina será realizada em julho, segundo informou Rato. Nela, o diretor-gerente vai expor o esboço de um programa que poderia ser apoiado por um acordo com o FMI.
?A reunião do conselho também será uma oportunidade excelente para que as autoridades argentinas expressem aos diretores-executivos suas próprias idéias sobre o conteúdo e as datas para as medidas de um futuro programa?, afirmou Rato.
O Fundo não divulgou a quantia que poderia colocar à disposição da Argentina, nem o período de vigência do acordo. O representante argentino no Fundo, Héctor Torres, declarou que o ideal seria obter um acordo de três anos de prazo.
O acordo anterior colocou à disposição dos argentinos US$ 13 bilhões, ao câmbio atual, durante três anos.