Argentina fecha acordo com Bird para crédito de US$ 3 bi

O Banco Mundial poderá liberar créditos de US$ 3 bilhões à Argentina nos próximos três anos para projetos de saúde, desenvolvimento rural e infraestrutura, segundo nota divulgada pelo Ministério de Economia da Argentina. O acordo foi fechado ontem à noite e envolve o acatamento pelo governo argentino de sentenças do Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (Ciadi), do Banco Mundial, de 2009, que condenou o país a indenizar cinco empresas.

Segundo a nota oficial, o ministro de Economia, Hernán Lorenzino, e o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina, Hasan Tuluy, fecharam uma aliança estratégica para 2014/2016, a qual será levada à diretoria para sua aprovação. Nos últimos anos, o governo dos Estados Unidos tem votado contra a concessão de novos créditos ao país, como forma de punir o descumprimento das sentenças emitidas pelo Ciadi. Os EUA reclamam da Argentina o pagamento destas sentenças e da dívida que o país mantém com o Clube de Paris e os fundos credores de títulos não reestruturados, os denominados holdouts.

Fonte oficial considerou que o acordo para pagar as cinco empresas “é uma demonstração de boa vontade da Argentina de pagar o que deve, como vem fazendo todos estes anos, pagando rigorosamente os credores que entenderam a situação do país, que são 93% deles, e entraram na reestruturação”. A Argentina vai pagar às empresas cerca de US$ 500 milhões em títulos públicos Bonar 2017 e Boden 2015 emitidos em dólares.

As empresas são a Azurix, que prestava serviços de fornecimento de água potável e de esgoto na província de Buenos Aires; Blue Ridge, que controlava a transportadora de gás CMS; Vivendi, que administrava a concessão da companhia de Aguas Aconquija, em Tucumán; National Grid, empresa que formava parte da Transener, empresa transmissora de energia de alta tensão; e Continental Casualty Company, acionista da seguradora de riscos de trabalho CNA, que possuía letras do Tesouro em dólar. O acerto com as empresas foi extrajudicial e, por isso, não foi anunciado oficialmente, já que terá que, primeiro passar pelo Congresso para sua aprovação, já que o governo não havia reconhecido esta dívida anteriormente.

Lorenzino também apresentou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) o novo indicador para medir os preços da Argentina e “dar transparência” ao Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), questionado pelo organismo, que emitiu uma moção de censura ao país no início do ano.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna