A federação de comerciantes e pequenos empresários argentinos começará amanhã um boicote contra "a invasão" de produtos brasileiros e chineses "em defesa da indústria nacional" e para exigir uma intervenção do governo.
As importações de produtos brasileiros e chineses aumentou 60% neste ano, disse o presidente da federação, Rubén Manusovich, em comunicado divulgado ontem.
O empresário disse que o boicote busca conter o avanço de importadores "sem escrúpulos" que "trazem mercadorias de forma irregular", em referência a atividades de comércio desleal.
Manusovich ressaltou a necessidade de que o governo "tome as rédeas do assunto" pois as importações do Brasil e da China ameaçam "arruinar" a indústria nacional.
Os produtos brasileiros e chineses, principalmente têxteis e brinquedos, "estão de 50 a 70% mais baratos" que os argentinos, segundo a Federação de Salas e Centros Comerciais da Argentina (Fedecámaras).
A associação empresarial rejeitou a decisão do governo argentino de reconhecer a China como economia de mercado capitalista por considerar que isso tornará mais difícil combater o comércio desleal (dumping) do país asiático e proteger a indústria nacional.
Nos últimos meses, empresários da Argentina e do Brasil definiram acordos sobre cotas de entrada para superar conflitos por causa do aumento das importações de geladeiras e fogões brasileiros.
Mas continuam em vigor os impedimentos alfandegários aplicados pelo governo para a entrada de lavadoras de roupa e televisores brasileiros à espera de que os empresários dos dois países cheguem a acordos semelhantes.
