As terras na região do Arenito Nova Fronteira, que agrega 108 municípios do Noroeste do Estado, valorizaram até 52% de janeiro a outubro deste ano. Em Umuarama, a média de preço passou de R$ 4.433,00 o hectare, em janeiro, para R$ 6.750,00 o hectare, em outubro. Em Maringá, o preço médio do hectare passou de R$ 2.825,00 em janeiro, para R$ 3.674,00 em outubro, um aumento de 30%.
“As terras estão valorizadas graças aos bons preços alcançados pelas culturas de soja e milho, atreladas ao dólar”, explica a coordenadora de Estatística do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Gilka Andretta.
O Arenito Nova Fronteira recuperou 3,2 milhões de hectares de solo degradado pela prática contínua da pecuária, agregou valor e aqueceu o mercado de compra e venda de terras. “Com a integração lavoura-pecuária, agricultores de outras regiões do Estado estão migrando para o Noroeste para investir em soja e outras culturas”, avalia Gilka.
Em Umuarama, de janeiro a outubro deste ano a cotação de terra roxa mecanizada, que corresponde a 9% do município, passou de R$ 6,5 mil o hectare para R$ 10 mil/ha. A terra arenosa mecanizada, que representa 77% do município, pulou de R$ 3 mil/ha para R$ 5 mil o hectare. A terra mista, 14% do município, passou de R$ 5 mil/ha para R$ 7 mil o hectare em outubro.
Em Maringá, no mesmo período, a terra roxa, que corresponde a 55% do município, passou de R$ 7 mil o hectare para R$ 9,5 mil/ha. A terra arenosa, cerca de 18% do município, subiu de R$ 3,7 mil/ha para R$ 5,5 mil o hectare. A terra mista, presente em 27% do município, passou de R$ 5,6 mil/ha, para R$ 7,7 mil o hectare.
Programa
Antes do programa desenvolvido pelo governo do Estado, toda a extensão do arenito – cerca de 3,2 milhões de hectares – era ocupada por pastagens empobrecidas e apenas 430 mil hectares com agricultura. A expectativa é de que, até 2006, a iniciativa tenha proporcionado a integração de 1 milhão de hectares de pastagens degradadas ao processo produtivo, com a geração de 35 mil empregos diretos e indiretos.
A partir da implantação do programa, em 2001, o cenário começou a mudar. Investimentos em tecnologia, com respaldo de pesquisas desenvolvidas pelo Iapar, garantem a recuperação do solo e a produtividade tanto pecuária quanto agrícola. A conseqüência é o ânimo dos produtores e de agroindústrias.
A expansão das culturas da soja e da laranja são exemplos dessa mudança. Do ano passado para cá, a área plantada com soja nos 108 municípios saltou de 98 mil para 150 mil hectares. A produtividade do grão também aumentou, de 3,2 mil para 4 mil quilos por hectare. A produção de laranja também ganha espaço. Estão sendo plantados mais de 4 mil hectares, o que eleva em 50% a área plantada com a fruta no Paraná nos últimos 11 anos.
Por causa da rotação agricultura-pecuária, o programa Arenito Nova Fronteira terá incorporado daqui a quatro anos 700 mil hectares de pastagens. Isso significa que, com a recuperação do solo pobre em nutrientes, a taxa de ocupação animal se elevará além de 1,20 cabeça por hectare, o mínimo definido pelo Incra para áreas produtivas. A produtividade de carne, por sua vez, crescerá de 3,7 para 52 arrobas por hectare ao ano.