O País deve colher uma área de 57,8 milhões de hectares em 2015, um crescimento de 1,9% em relação à área colhida em 2014, quando totalizou 56,7 milhões de hectares, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro, divulgado nesta terça-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, houve redução de 23.982 hectares em relação à previsão de setembro.

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Arroz, milho e soja – os três principais produtos – representaram 92,7% da estimativa da produção e 86,3% da área a ser colhida.

A área de soja aumentou 5,9% em relação a 2014, enquanto a do milho cresceu 1,3%. Entretanto, houve diminuição de 6,1% para a área de arroz.

Quanto à produção, houve aumento de 3,0% para o arroz, de 11,7% para a soja e de 7,4% para o milho.

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Estoques

Segundo a Pesquisa de Estoques, também divulgada nesta terça pelo IBGE, o País registrou uma redução no número de estabelecimentos de armazenagem ativos no primeiro semestre deste ano em relação ao semestre imediatamente anterior. O total de estabelecimentos passou de 7.927 no segundo semestre de 2014 para 7.858 no primeiro semestre de 2015, um recuo de 0,9%.

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No entanto, essa queda foi acompanhada pelo aumento de capacidade instalada, o que significa modernização das instalações.

“A gente percebe que a capacidade vem crescendo enquanto o número de estabelecimentos vem caindo. Então, com a tecnologia, a gente tem um menor número de estabelecimentos com maior capacidade de armazenamento”, disse Adriana Araújo, técnica da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

A região Sudeste foi a que mais reduziu o número de estabelecimentos ativos (-3,5%), seguida pelo Nordeste (-3,3%). O maior acréscimo ocorreu na região Centro-Oeste (3,4%).

“A queda vem ocorrendo nos armazéns convencionais, que só armazenam produto ensacado. Ultimamente, esses menores têm mudado de utilidade, vira oficina, galpão, oficina de costura”, exemplificou Adriana.

O total de capacidade útil disponível no Brasil para armazenamento foi de 160,8 milhões toneladas no primeiro semestre de 2015, 1,0% maior do que a registrada no semestre anterior. Os silos predominaram, alcançado 70,1 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 6,3% em relação ao semestre imediatamente anterior.

Na sequência, os armazéns graneleiros atingiram 59,7 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, crescimento de 2,8%. Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somaram 31,0 milhões de toneladas, uma queda de 12,1% em relação ao segundo semestre de 2014.

Soja

A soja em grão foi o produto que alcançou o maior volume estocado no País ao fim do primeiro semestre de 2015. No dia 30 de junho, havia 27,0 milhões de toneladas estocadas de soja, graças à safra recorde do grão em 2015, que alcançou 96,9 milhões de toneladas, crescimento de 12,2% em relação à safra passada.

No entanto, o produto pode ter ficado armazenado porque agricultores aguardavam melhores preços, apontou o IBGE. O estoque de soja teve crescimento de 30,7% em volume na comparação com 30 de junho de 2014.

Já o milho em grão teve aumento de 6,6% no volume estocado, totalizando 11,0 milhões de toneladas. No caso do arroz em casca, o crescimento foi de 4,2%, um estoque de 5,0 milhões de toneladas.

O volume estocado de trigo, entretanto, foi de 2,5 milhões de toneladas, uma redução de 16,8%. A cultura foi prejudicada no Rio Grande do Sul, pelo excesso de chuvas. O café em grão (arábica e conilon) também apresentou redução nos estoques, de 21,0%, com volume de 927 mil toneladas. “Desde 2013 o estoque vem caindo de café. A produção diminuiu”, explicou Adriana Araújo.