A abstenção do Brasil na votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorizou a intervenção da Otan foi interpretada pelos líbios como apoio ao regime de Muamar Kadafi, mas não impediu que as instalações da Odebrecht em Trípoli fossem saqueadas por milícias leais ao ditador, que as transformaram em bases durante a guerra civil.

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Os milicianos roubaram computadores, aparelhos de ar condicionado, automóveis, ônibus, e talvez caminhões e motoniveladoras, além de revirar e espalhar pelo chão os documentos em um conjunto de escritórios da empresa no bairro de Hadba al-Khadra, sul de Trípoli.

Quatro vigias no complexo murado de edifícios contaram ao jornal O Estado de S. Paulo que os milicianos tomaram o local no início de abril. Eram cerca de cem e trouxeram veículos militares, fardas, armamentos e munição. Caixas de foguetes antitanques e de balas de fuzis ainda estão espalhadas pelos pátios. Os 12 vigias, que se dividem em 3 turnos, continuaram trabalhando lá. Mas algumas vezes, à noite, os milicianos os mandavam ir para casa. “Não queriam que os víssemos saqueando”, explicaram.

A milícia que ocupou as instalações da Odebrecht era formada por “voluntários” civis, a quem as brigadas de Kadafi deram armas, veículos, fardas e licença para saquear, estuprar e matar em defesa do regime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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