O presidente da ArcelorMIttal Aços Longos para Américas Central e do Sul, Jefferson de Paula, disse que o novo laminador da companhia, que iniciou sua operação mês passado e que consumiu investimentos da ordem de cerca de US$ 270 milhões, poderá parar por um período de um a dois anos diante da fraca atividade do país e que tem puxado para baixo a demanda por aço longo no Brasil.

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“Em 2011, 2012, estávamos operando com 95% de capacidade das nossas plantas e estimamos que, da forma que vinha o mercado, precisaríamos em 2015 de mais 600 mil toneladas para manter nosso market share”, disse, em apresentação do 26º Congresso Brasileiro do Aço. A expectativa não se confirmou e hoje, disse, as usinas de aço longo operam, na média, com o uso de 60% da capacidade.

O executivo destacou que se o Brasil continuar a registrar um baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos, apenas em 2023 o País voltará a apresentar o mesmo consumo de aço longo observado em 2013. De Paula afirmou ainda que neste momento o País possui uma sobrecapacidade de 6 milhões de toneladas de aços longos, sendo que novas capacidades deverão começar a entrar em operação já a partir do próximo ano, o que irá aumentar ainda mais o excesso de capacidade.

O executivo disse que o setor vem recebendo ainda um volume muito maior de produtos importados, o que prejudica ainda mais o cenário mais difícil. “Como uma empresa vai ser supercompetitiva em custos trabalhando com 60% de capacidade? Vai ser difícil”, destacou. Ele disse ainda que o real precisaria se desvalorizar mais para beneficiar as exportações.

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