A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ampliou sua produção no mês passado, graças ao aumento da oferta da Arábia Saudita, líder informal do cartel.

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Relatório mensal da Opep divulgado nesta terça-feira mostrou que a produção do grupo teve expansão de 35 mil barris por dia (bpd) em maio ante abril, para a média de 31,87 milhões de bpd. Apenas na Arábia Saudita, a produção saltou 85,5 mil bpd, resultado que foi parcialmente compensado por cortes na oferta da Nigéria, da Venezuela e da Líbia, mostra o documento, que cita fontes secundárias.

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Dados próprios da Arábia Saudita, no entanto, mostram que o avanço na produção local no último mês foi ainda maior, de 161,4 mil bpd.

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Mensalmente, a Opep publica duas tabelas sobre produção, uma das quais se baseia em informações de seus países-membros e outra que considera sua própria análise do mercado de petróleo. De modo geral, a análise da Opep é considerada mais confiável, mas investidores acompanham os dados sauditas de perto, em busca de sinais de Riad sobre sua intenção de produzir mais ou menos.

A alta na produção da Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, vem antes de uma importante reunião da Opep marcada para o próximo dia 22, em Viena. No encontro, Opep e outros grandes produtores que não pertencem ao cartel, incluindo a Rússia, deverão discutir a possível ampliação da oferta do grupo.

Por um acordo que está em vigor desde o começo do ano passado, Opep e aliados têm reduzido sua produção combinada em cerca de 1,8 milhão de bpd, numa tentativa de conter um excesso de oferta que vinha pesando nas cotações do petróleo desde 2014.

O pacto, que ajudou a impulsionar os preços do petróleo em mais de 40%, deverá expirar no fim de 2018. No entanto, riscos geopolíticos que ameaçam a oferta do Irã e da Venezuela – ambos membros da Opep – ajudaram o petróleo tipo Brent a superar temporariamente a marca de US$ 80 por barril no mês passado, levando sauditas e russos a expressarem o desejo de encerrar o acordo antes do previsto.

“Quedas nos estoques de petróleo bruto, uma demanda saudável e desdobramentos geopolíticos têm sustentado essa tendência de alta (dos preços)”, diz o relatório da Opep. No entanto, acrescenta o documento, “os futuros de petróleo perderam ímpeto recentemente em meio a incertezas, à medida que operadores se preparam para que mais oferta possivelmente volte ao mercado”.

A Opep também elevou sua projeção para a oferta fora do cartel este ano em 130 mil bpd, a 59,75 milhões de bpd, devido principalmente à forte expansão da produção de óleo de xisto nos EUA. O grupo prevê que a produção americana irá avançar em ritmo mais de duas vezes maior do que o do ano passado, para o nível recorde de 10,51 milhões de bpd.

Por outro lado, a Opep manteve suas previsões de demanda praticamente inalteradas, com a expectativa de que cresça 1,65 milhão de bpd este ano, a 98,85 milhões de bpd.

Já os estoques comerciais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – entidade formada por países industrializados com forte consumo de petróleo, incluindo os EUA – recuaram 6,7 milhões de barris em abril ante março, a 2,811 bilhões de barris. Esse patamar ficou 26 milhões de barris abaixo da meta da Opep de alcançar a média dos últimos cinco anos. Fonte: Dow Jones Newswires.