Em defesa da reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, ressaltou que, pelo texto apresentado, aqueles que ganham mais acabarão contribuindo mais com a Previdência do que aqueles de salário menor. “O fato é que todos têm que contribuir para que o sistema volte a ser sólido”, disse, em entrevista à rádio Estadão Eldorado na manhã desta quarta-feira, 10.
Na conversa, Marinho reforçou que, diante do envelhecimento populacional, apenas a transição do sistema de repartição, modelo atual, para a capitalização é capaz de garantir o pagamento das aposentadorias. “É uma questão matemática. A capitalização permite que o próprio trabalhador financie sua aposentadoria, evitando o risco de o aposentado não receber o seu direito, como tem ocorrido atualmente”, apontou, citando inclusive parentes do no Rio Grande do Norte que estariam há quatro meses sem receber sua aposentadoria. “Isso também tem ocorrido em outros Estados.”
Ainda na defesa da proposta, Marinho classificou como “falácia, mentira absoluta” as afirmações de que os mais pobres seriam os mais prejudicados pela reforma em discussão.
“Tudo aquilo que vem do governo gera uma resistência natural da população. Temos trabalhado para esclarecer os pontos e mostrar que quem ganha mais vai contribuir mais do que quem ganha menos”, disse Marinho. “O presidente Bolsonaro tem usado sua rede social preferida, o Twitter, para defender a reforma”, declarou.
Sobre as alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado aos mais pobres, Marinho pediu à imprensa que procure pessoas de 60 anos e desempregadas para avaliar se gostam ou não da proposta.
“A narrativa sugere um corte do salário do aposentado no BPC, mas não é isso. Estamos antecipando e tenho certeza que essas pessoas gostam da mudança”, disse ele.
Pela proposta, passariam a ter direito ao BPC pessoas pobres de 60 anos, e não mais 65 anos. Por outro lado, o valor do BPC seria desvinculado do salário mínimo (R$ 998 atualmente) e iria para R$ 400, atingindo o valor cheio do salário mínimo apenas quando o beneficiário completasse 70 anos de idade.