Brasília – O governo estuda a possibilidade de excluir os aposentados do reajuste anual dos servidores federais usando o R$ 1,5 bilhão reservados no Orçamento preferencialmente para corrigir a gratificação de desempenho dos funcionários da ativa. Esta foi uma das três alternativas apresentadas ontem aos sindicatos da categoria pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. As outras duas são: reajuste linear de 2,67% (bem baixo da inflação de 2003) para todos ou aumentos diferenciados por categoria, que mesclem percentual de reajuste com parcelas fixas, como ocorreu no ano passado.

De acordo com os técnicos do governo, essa fórmula “mista” permite beneficiar os servidores que ganham menos. Se fosse adotado percentual de 1% de reajuste mais parcela fixa de R$ 70 mensais, por exemplo, os salários inferiores a R$ 4 mil teriam vantagem em relação aos 2,67%. No caso do dinheiro ser usado para a gratificação de desempenho, entretanto, todos os aposentados seriam prejudicados.

Os servidores deixaram a reunião insatisfeitos e prometendo nova greve da categoria a partir de abril. De acordo com o vice-presidente do Andes-Sindicato Nacional dos Docentes, José Domingues, a proposta do governo é “muito ruim” e não atende minimamente as expectativas dos servidores, que desde o ano passado tentam sem sucesso uma negociação sobre suas perdas salariais.

“Acho que essa proposta vai jogar gasolina na fogueira. Já temos indicativo de greve para abril e tudo indica que na plenária do próximo dia 16 vamos marcar uma data”, disse Domingues, referindo-se ao fórum que reúne várias entidades de servidores.

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