São Paulo – A maioria dos aposentados e pensionistas faz empréstimo com desconto direto do benefício para quitar dívidas, revela pesquisa do Ibope divulgada ontem. O instituto de pesquisa entrevistou 500 aposentados que recebem o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e contraíram empréstimo no Banco Cruzeiro do Sul. Destes, 60% utilizaram o crédito para quitar dívidas. Reforma na casa foi o segundo motivo, citado por 27% dos entrevistados.
Ainda que a pesquisa esteja limitada a apenas uma instituição, os resultados corroboram a avaliação de muitos analistas do setor. Embora sem comprovação científica, analistas já estimavam que o pagamento de outras dívidas seria o principal motivo dos empréstimos consignados.
O Banco Cruzeiro do Sul, que encomendou a pesquisa, tem como principais clientes funcionários do setor público de todas as esferas da administração. O banco começou a operar com crédito consignado para aposentados em novembro. Até o momento, já emprestou R$ 300 milhões. O total de empréstimos consignado para aposentados e pensionistas por todas as instituições financeiras do País chega a R$ 5 bilhões.
O crédito consignado é a modalidade de crédito para pessoa física que mais cresce no País: 22,3% nos últimos 12 meses, de acordo com o Banco Central (BC). O montante desse tipo de empréstimo – incluindo trabalhadores do setor privado e público e crédito para aposentados – chegou a R$ 15,421 bilhões em março.
A taxa de juros menor do que em outras linhas de crédito pessoal foi apontada por 34% dos pesquisados como a principal vantagem do empréstimo. Outros 27% apontaram a falta de burocracia como o principal atrativo. O valor das parcelas incentivou 11% dos clientes; 9% indicaram a rapidez no prazo de aprovação do crédito e outros 9%, o prazo para pagamento.
A disposição de contrair novos empréstimos também é bastante alta. Segundo a pesquisa, 90% dos entrevistados confessaram estar satisfeitos com o empréstimo e 75% confirmaram a possibilidade de novos empréstimos.
As taxas de juros oferecidas pelo Cruzeiro do Sul variam de 1,75% a 3,2% ao mês. Segundo o diretor-executivo do banco, Luis Octávio Índio da Costa, as taxas acompanham o movimento da taxa Selic. ?Se a taxa Selic entrar em um ciclo de baixa, certamente os juros cobrados nos empréstimos devem acompanhar o movimento.?
