O comportamento de alta dos preços dos alimentos interrompeu, em 2007, um processo de desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) que vinha sendo observado há três anos consecutivos desde 2004. A informação é do coordenador nacional do índice, Paulo Picchetti, que, em entrevista coletiva distribuiu à imprensa um estudo comparativo que reforça esta análise, após a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciar que o IPC-S acumulou alta de 4,60% no ano passado ante variação positiva de 2,06% em 2006.

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A FGV começou a calcular o IPC-S no formato atual em 2003, quando a inflação acumulada atingiu 8,16%. Em 2004, houve a primeira desaceleração, para 6,21% e, em 2005, a taxa do indicador atingiu 4,95%. Entre 2006 e 2007, o grupo Alimentação saiu de uma deflação de 0,52% para uma elevação de 10,65%, que foi de longe a aceleração mais expressiva entre os grupos pesquisados.

"Se olharmos os sete grupos grandes que analisamos em 2007, a maioria ficou estável ou teve desaceleração em relação a 2006. A exceção foi Alimentação", disse Picchetti, que classificou o comportamento dos itens do grupo como uma correção dos valores praticados anteriormente. "Interpreto todo este movimento como um grande ajuste de preços relativos, com várias trajetórias diferentes dentro de cada item", acrescentou.

Entre os maiores exemplos listados, os preços relacionados às carnes bovinas e ao leite mereceram destaque especial do coordenador. Entre 2006 e 2007, o primeiro segmento passou de uma alta acumulada de 4,18% para 20,87%, enquanto a parte de Laticínios saiu de uma variação de 1,13% para 17,04%. "As grandes histórias de ajustes de preços no ano passado ficaram por conta da carne bovina e do leite. Não só houve um ajuste, mas também problemas de oferta desses itens", comentou.

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