Após recorde em abril, desemprego cai em maio

Após bater um recorde de 13,1% em abril, a taxa de desemprego de maio recuou para 12,2% da PEA (População Economicamente Ativa) nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em março deste ano, a taxa estava em 12,8%. Fevereiro registrou 12% e janeiro, 11,7%.

O total de desempregados diminuiu nas seis regiões pesquisadas. Passou de 2,81 milhões de pessoas em abril deste ano para 2,6 milhões em maio.

O número de pessoas ocupadas registrou crescimento de abril para maio. Segundo o IBGE, foram geradas 148 mil vagas no período, o que representou um crescimento de 0,8% no total de postos de trabalho.

Regiões

A maior taxa de desemprego entre as seis regiões pesquisadas foi verificada em Salvador (16,2%). São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram taxas de 13,6% e 9,6%, respectivamente. As outras regiões pesquisadas são: Recife (13,3%), Belo Horizonte (10,9%) e Porto Alegre (9,7%).

Renda

A mesma pesquisa realizada pelo IBGE constatou que a renda média dos trabalhadores das seis maiores regiões metropolitanas brasileiras registrou em maio a 15.ª queda consecutiva. O rendimento caiu 1,4% no mês na comparação com maio do ano passado. A renda do trabalhador vem caindo neste tipo de comparação desde março de 2003.

A renda média também diminuiu 0,7% se comparada ao resultado apurado em abril.

Em termos nominais, a renda recebida por cada trabalhador, em média, correspondia a R$ 866,10 em maio, o equivalente a cerca de 3,3 salários mínimos de R$ 260.

Os empregados com carteira assinada foram os que tiveram a maior queda na renda. O rendimento desse grupo de trabalhadores caiu 0,8% em maio na comparação com igual mês de 2003.

Já os empregados sem carteira assinada tiveram um aumento de 2,6% no rendimento, enquanto a renda dos trabalhadores por conta própria não variou em relação a maio do ano passado.

Na comparação com abril, o rendimento dos empregados com carteira assinada caiu 0,8%. A dos empregados sem carteira teve aumento de 5,8% e a dos trabalhadores por conta própria caiu 2%.

Dúvida

A queda na taxa de desemprego registrada em maio não representa ainda uma mudança clara na tendência do mercado de trabalho, segundo avaliação do gerente da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cimar Pereira.

De acordo com Pereira, ainda não se tem certeza de uma mudança na tendência porque a queda na taxa de desemprego deveu-se, principalmente, ao resultado verificado na região metropolitana de São Paulo, onde além de mais pessoas conseguirem emprego houve diminuição na procura por trabalho.

As outras duas regiões onde ocorreu queda do desemprego – Rio de Janeiro e Porto Alegre – não tiveram aumento significativo no total de postos de trabalho.

São Paulo

De abril para maio, 74 mil pessoas deixaram de procurar emprego na região metropolitana de São Paulo e 121 mil pessoas conseguiram um trabalho no período.

“Não houve um movimento espalhado. O movimento do mercado de trabalho se localizou em uma determinada região”, disse Pereira.

No total das seis regiões pesquisadas, o IBGE apurou a criação de 148 mil postos de trabalho. Ou seja, 82% das vagas foram geradas em São Paulo.

“Em São Paulo, a queda do número de pessoas desocupadas se traduziu em aumento de emprego. Mas em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, a queda da procura não se reverteu em empregos.”

O setor que mais gerou vagas em São Paulo no mês passado foi o de educação, saúde e administração pública, responsável por mais da metade dos postos criados no período (64 mil).

O técnico do IBGE avalia também que o total de desempregados ainda é muito alto, por isso ainda gera incertezas sobre a tendência da trajetória do mercado de trabalho. Em maio, 2,6 milhões de pessoas estavam sem trabalho.

Paraná é 3.º na geração de emprego formal

O Paraná alcançou em maio um recorde histórico na geração de empregos formais. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o resultado do mês foi a criação de 25,1 mil novos contratos com carteira assinada. É o melhor desempenho mensal desde 1992, quando iniciou a série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com os números do mês, o acumulado do ano ficou em 82.473 novos empregos em todo Estado.

O desempenho do Paraná em maio também ficou entre os três melhores do País, juntamente com São Paulo (113,7 mil) e Minas Gerais (54,9 mil). “Considerando que os outros dois Estados têm populações bem superiores à do Paraná, podemos afirmar que estamos nos consolidando, mês a mês, como um dos carros-chefes na geração de emprego no País”, comemora o governador Roberto Requião.

Os dados dos cinco primeiros meses do ano no Paraná revelam outro recorde histórico. Os números do período já superam o alcançado em todo ano passado, quando foram gerados 62.370 empregos formais no Estado, quando o resultado já havia sido o melhor dos últimos 12 anos. Os dados apontam também que, apesar de a população do Paraná representar 5,6% da brasileira, a contribuição de empregos do Estado ao país é de 10%.

Levantamentos realizados pelas federações das indústrias do País também destacam o Paraná como um dos líderes na geração de empregos industriais. Segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o Paraná criou em abril 11 mil novos empregos no seu parque industrial. Em São Paulo, o resultado ficou negativo em 0,08% ou -1.244 postos de trabalho.

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