economia

Após investimentos no exterior, GP faz movimento para virar sócia da Light

A gestora de recursos GP Investments assinou um memorando de entendimento para liderar uma oferta de ações da Light, concessionária de energia do Rio de Janeiro. Em comunicado ao mercado divulgado no fim da noite de quinta-feira, 16, a empresa de energia diz que o acordo ainda é preliminar e não vinculante, mas que estabelece termos e condições indicativos caso a oferta venha a ser efetivada.

A Light, controlada pela estatal mineira Cemig, tenta replicar o modelo iniciado pela AES Eletropaulo, que provocou grande disputa entre a italiana Enel e a Neoenergia. No fim, o modelo de ancoragem foi abandonado e a venda das ações feita por meio de leilão na Bolsa. Antes de a GP entrar no páreo, outros investidores também demonstraram interesse pela distribuidora fluminense, como Equatorial, Vinci Partners, Enel e Neoenergia.

O interesse da GP pela Light surgiu recentemente, bem depois de a Cemig incluir o ativo no seu plano de desinvestimento. Considerada uma empresa complexa, a concessionária tem dívida perto de R$ 8 bilhões e perdas de energia (causadas especialmente foi furtos e fraudes) superiores a 20%. Em áreas de risco, esse total é de 80%.

Desde 2017, a estatal mineira tenta encontrar formas para reduzir o endividamento da distribuidora. Segundo fontes, a proposta de fazer uma oferta primária de ações foi colocada na mesa em março do ano passado, mas a Cemig não aprovou. Na época, a ideia era fazer uma oferta primária de R$ 1 bilhão, seguida de uma secundária. Nesse processo, a Cemig diluiria sua participação na distribuidora.

Em março deste ano, a proposta foi novamente feita e, por pouco, não foi aprovada em junho. Mas, segundo fontes próximas às negociações, na última hora a Cemig recuou. Um dos motivos seria a forte desvalorização da empresa do ano passado para cá.

Apetite

Com US$ 1,6 bilhão de negócios sob gestão, a GP viu na Light uma oportunidade de voltar a investir no mercado nacional, depois de um movimento recente do fundo de private equity (que compra participação em empresas) no exterior. Em março, a GP fez aporte de US$ 100 milhões para comprar a rede de restaurantes Bravo Brio, que atua nos Estados Unidos. Em maio de 2017, a gestora havia comprado a rede de fast-food Leon, no Reino Unido. A volta ao mercado de alimentação ocorreu seis anos após a gestora ter vendido a rede de churrascarias Fogo de Chão a o fundo americano Thomas H. Lee Partners, por US$ 400 milhões.

No Brasil, o último negócio ocorreu em 2016, com a compra do controle da BR Properties, na qual já tinha 12% de participação. Copresidida por Fersen Lambranho e Antonio Bonchristiano, a gestora já teve passagem pelo setor elétrico como sócio da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), na década passada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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