economia

Após encostar em R$ 4,20, dólar cai para R$ 4,15 com dados do Caged

O dólar à vista chegou a encostar em R$ 4,20 nesta quarta-feira, com o aumento da incerteza política nos Estados Unidos, mas o movimento perdeu força após dados fortes de criação de vagas em agosto no Brasil sinalizarem melhora da economia. Com isso, a moeda americana bateu mínimas e fechou em R$ 4,1547, em baixa de 0,35%. O dólar futuro para outubro era negociado em R$ 4,1515 no momento do fechamento do segmento à vista.

O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen, ressalta que os dados de criação de vagas de agosto, com números acima do previsto, ajudaram a melhorar o humor dos investidores, que passaram a vender dólares. O mercado de trabalho brasileiro criou 121.387 empregos com carteira assinada em agosto, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), acima do esperado e o melhor resultado para o mês desde 2013. O número é um indício de que a recuperação da atividade está ganhando força, o que ajudaria a trazer mais dólares ao País à frente.

Pela manhã, o dólar bateu na máxima do dia, a R$ 4,1946. O movimento ocorreu ainda refletindo os desdobramentos da decisão da Câmara dos Estados Unidos de abrir processo de impeachment contra Donald Trump e também por conta do adiamento para a semana que vem da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Nesta quarta o republicano se defendeu das acusações que desencadearam o pedido de impeachment e ainda afirmou que um acordo comercial com a China pode vir antes do esperado. As declarações ajudaram a acalmar os mercados, mas o clima de incerteza permanece e o dólar se fortaleceu ante a maioria dos emergentes e de divisas fortes. O índice DXY, que mede a moeda americana ante divisas principais, como o euro e a libra, superou o nível de 99 pontos.

“Notícias vindas de Washington provocaram um ambiente de fuga de ativos de risco”, observam os estrategistas em Nova York do banco de investimento americano Brown Brothers Harriman (BBH). Neste momento, a visão predominante é que o impeachment, se passar na Câmara, seria barrado no Senado, de maioria republicana. “Contudo, a situação é muito fluida e a incerteza política está claramente aumentando”, destaca o BBH.

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