Aracruz – A Petrobras vai esperar uma estabilização do câmbio para uma definição sobre os próximos reajustes no preço da gasolina, que já está defasado em relação ao mercado internacional. “O dólar flutua de 5% a 10% no dia. Temos de esperar a estabilização do nível do dólar, que não sei onde vai parar”, afirmou o presidente da estatal, Francisco Gros.
Ele disse também que a estatal pretende seguir a política de reajuste do preço do gás que for determinada pelo governo na reunião da próxima semana do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O presidente da Petrobras, que enfrentou boatos sobre sua permanência no cargo, recebeu elogios públicos do presidente Fernando Henrique Cardoso ontem, em cerimônia de inauguração de uma fábrica da Aracruz Celulose, no Espírito Santo.
Segundo Fernando Henrique, Gros “está conduzindo admiravelmente bem a Petrobras”. Logo depois dos comentários sobre uma possível demissão, na semana passada, os ministros de Minas e Energia, Francisco Gomide, e da Casa Civil, Pedro Parente, fizeram questão de confirmar a permanência do executivo no comando da estatal.
Alta do álcool
A decisão de aguardar definições no mercado de câmbio para definir a política de preços foi também sugerida pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), que representa as grandes distribuidoras. Segundo a entidade, o ideal seria que os repasses fossem mais freqüentes, para absorver a volatilidade cambial. Mas, como não há reajustes diários no Brasil, é preferível não mexer nos preços agora, disseram diretores da entidade.
As distribuidoras, por sua vez, repassaram à revenda a alta do álcool anidro (que é acrescentado à gasolina). Segundo a Federação do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis) os postos já receberam novas tabelas com um acréscimo de R$ 0,02, ou cerca de 1,13% do preço médio de bomba no Brasil. Os revendedores estão preocupados porque acreditam que terão dificuldades para repassar este aumento ao preço.