economia

Após aumento das siderúrgicas, prêmio do aço será positivo em até 4%, diz Inda

O presidente executivo do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, afirmou que, após os aumentos dos preços a serem adotados pelas siderúrgicas até início de abril, o prêmio do aço brasileiro ante o material internacional deve chegar aos 4%, frente a um prêmio negativo atualmente entre 7% e 8%.

Loureiro disse que a primeira a atualizar os preços vai ser a CSN, com validade a partir do próximo dia 23. A empresa elevará em 15% a bobina quente (bq), 13% para a bobina fria (bf) e 10% o zincado.

Enquanto isso, Loureiro disse que a Gerdau fará ajuste de 10,5% na chapa grossa, 14,5% na bobina quente a partir do dia primeiro de abril. Para a mesma data, a Arcellor elevará em 12,5% a bq, 10% a bf e 8,5% o zincado. Já a Usiminas, também no início de abril, elevará em 10% a chapa grossa, bf e bq e em 15% o zincado.

“Com esse aumento, você teria prêmio de um digito baixo (até 4%). Se esse preço lá fora subir como estão falando, vamos ter de novo um premio negativo”, disse Loureiro.

Segundo ele, caso o preço volte a subir entre US$ 40 e US$ 50, “o prêmio voltará a ficar no zero a zero”. “Isso (a projeção de alta) que está dando essa tranquilidade para as usinas saírem com esse aumento de preço”, explicou.

Loureiro afirmou ainda que houve um crescimento no preço no mercado externo, mas que foi sustentado pelos maiores preços do carvão e do minério, o que manteve estável o spread do setor. “Eventualmente os analistas estão prevendo que a gente tenha um aumento um pouco maior de preços lá fora”, disse, destacando a tendência e alta.

Acordo Brasil-México

O presidente executivo do Inda avaliou que o acordo do Brasil e México para o livre-comércio de veículos e autopeças, em uma primeira avaliação, não deve afetar o setor de aço. “Em tese não deve comprometer”, disse. E justificou: “Ao olhar os números do ano passado, vemos que havia uma cota que não estava sendo cumprida de troca”.

Com validade a partir desta terça, o acordo prevê que montadoras instaladas nos dois países poderão exportar e importar produtos automotivos sem qualquer barreira comercial. Até então, o acordo entre as duas partes previa apenas cotas isentas de impostos.

Loureiro argumentou, entretanto, que o Inda está esperando uma manifestação do setor automotivo sobre o tema. “Em princípio não temos como fazer uma análise profunda desse assunto”, disse.

Segundo Loureiro, o que afeta o setor do aço é a produção, não a entrada dos veículos e peças em si. “O preço do (carro do) México é mais alto. Se você exportar carros de valor mais baixo e importar os de valor mais elevado você pode até ter um equilíbrio”, comentou, destacando novamente o estado embrionário dos debates.

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