economia

Após 4 meses de superávits, setor externo tem déficit de US$ 3,404 bi em julho

Após o superávit de US$ 1,330 bilhão em junho, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 3,404 bilhões em julho, informou nesta quarta-feira, 23, o Banco Central. Foi o primeiro resultado negativo após quatro meses consecutivos de superávits. A instituição projetava para o mês passado déficit em conta de US$ 5,6 bilhões.

O resultado efetivo ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 5,5 bilhões a déficit de US$ 1,04 bilhão (mediana negativa de US$ 3,35 bilhões). A estimativa do BC, atualizada no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), é de que o rombo externo de 2017 seja de US$ 24,0 bilhões.

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 6,056 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,007 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 6,597 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 3,043 bilhões.

No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 2,696 bilhões.

Já nos últimos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 13,788 bilhões, o que representa 0,71% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,077 bilhões em julho, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume maior que os US$ 1,612 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado de janeiro a julho deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 10,833 bilhões. O total é superior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 9,488 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 24,5 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 4,543 bilhões em julho ante US$ 4,617 bilhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 15,627 bilhões, valor maior que os US$ 14,394 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 22,5 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em julho, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar caiu mais de 5% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 1,439 bilhão. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 895 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,879 bilhão em julho. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 440 milhões no mês passado.

No acumulado do ano até julho, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 7,185 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 4,272 bilhões. Para 2017, o BC estima um déficit de US$ 12,5 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 8,473 bilhões de déficit registrados em 2016.

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