O aporte de R$ 30 bilhões do Tesouro Nacional, incluído por emenda durante a tramitação, no Congresso, da Medida Provisória 633, é suficiente para as necessidades do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas os prazos de liberação ainda dependem da aprovação da lei. O presidente do banco, Luciano Coutinho, respondeu nesta quarta-feira, 14, positivamente quando perguntado se o aporte bastaria para o ano, mas não se estendeu no assunto.

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Coutinho reafirmou a importância de parte dos recursos entrarem ainda este mês. “Esperemos que sim”, respondeu o presidente do BNDES à pergunta sobre a necessidade de receber recursos neste mês. O executivo considerou cedo ainda para projetar um valor de desembolsos neste ano. Ano passado, o banco liberou R$ 190,4 bilhões. “Prefiro não comentar, porque dependemos do compartilhamento com o setor privado e isso não é tão fácil de prever, depende de condições de mercado. Temos feito um grande esforço para criar mais oportunidades de operações conjuntas”, disse Coutinho, na saída da sessão de abertura de um seminário promovido pelo BNDES, no Rio de Janeiro.

“O ciclo de subida da taxa de juros está sendo mais intenso do que se antecipava. Neste momento, com as taxas mais altas, os emissores de debêntures se sentem menos confortáveis e preferem adiar a emissão para quando o projeto estiver mais maduro”, completou Coutinho.

O executivo também voltou a rebater as críticas ao BNDES, no contexto da campanha eleitoral. “Existem políticos e economistas criticando, com uma perspectiva mais de curto prazo e sem a compreensão dos interesses de longo prazo do País. É um debate um pouquinho envenenado, sem a devida racionalidade”, afirmou, citando o aumento dos investimentos como um “objetivo de consenso”, de interesse nacional.

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O ministro da Comunicação, Paulo Bernardo, comentou mais cedo sobre o aporte no BNDES, dirigindo-se a Coutinho. “O senhor deve estar satisfeito hoje, o banco vai receber R$ 30 bilhões. Tenho até algumas sugestões de financiamento”, afirmou Bernardo, em tom de brincadeira, na abertura de seminário.