Mais de 400 pessoas portadoras de deficiência física incluídas no mercado de trabalho. O fato consta no relatório social de 2009, divulgado ontem pela Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unihelu), que há cinco anos trabalha em parceria com empresas na capacitação profissional de deficientes físicos, e no desenvolvimento de programas de inclusão social.
De acordo com a presidente da Unilehu, Andréa Koppe, a instituição capacitou gratuitamente 820 pessoas que participaram dos cerca de 40 módulos oferecidos durante o ano de 2009.
Segundo Andréa, a implementação de tecnologias nos programas de aprendizagem de pessoas com deficiência tem apresentado resultados positivos tanto para os alunos, quanto para as empresas que trabalham em parceria com a Unilehu.
A presidente da Unilehu afirma que uma das barreiras para a inclusão é a falta conhecimento de gestores, que consideram difícil efetivar a adaptação da estrutura e da política de gestão de pessoal, para que o deficiente possa ser incluído.
“A Unilehu entende que não é tão difícil oferecer oportunidades para o deficiente físico. Convencer empresários de que é possível promover a inclusão é o maior desafio”, diz.
O consultor em diversidade, Reinaldo Bulgarelli, lembra que dos 24 milhões de deficientes físicos estimados pelo último senso divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 350 mil trabalham com carteira assinada. “Pelo menos dez milhões poderiam estar no mercado de trabalho”, afirma.
Para Bulgarelli, a falta de capacitação não serve como uma desculpa para justificar a inclusão do deficiente físico. “Mais do que incapacidade, o problema é vencer uma barreira cultural. O preconceito ainda barra a inclusão”, diz.
Segundo o consultor, o ato de aceitar a diversidade e empregar pessoas com limitações físicas acaba sendo revertido em benefício do próprio empregador. Para ele, as adaptações acabam melhorando o ambiente de trabalho e a empresa entra num processo de humanização.