Nada como o fim do mês para avaliar o próprio controle financeiro. Quanto maior a necessidade do próximo pagamento, pior é a situação. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil mostram que essa é a realidade da maioria das pessoas, já que mais da metade dos brasileiros encerra o mês sem poupar um centavo e nem 30% da população possui um método organizado de controle dos gastos.

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Para reverter isso, existe uma infinidade de ferramentas que vão desde o velho bloquinho de papel a aplicativos para tablets e celulares e, mais recentemente, estão sendo oferecidos gratuitamente sistemas capazes de automatizar o processo de carregar e organizar as transações realizadas no banco e cartão de crédito.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), Clécio Chiamulera, essas opções incentivam o controle de quem tem dificuldade de entender o conceito. “As planilhas dão o resultado e isso facilita a vida de quem não conseguia anotar no bloquinho por falta de conhecimento sobre a discriminação de ganhos e despesas, principalmente prestações”, explica.

Porém, ele recomenda a quem já está acostumado com anotações em papel e tem dificuldade com as novas tecnologias que permaneça no método antigo. “A disciplina de anotar os gastos é o princípio básico do controle financeiro e o que importa, pois quem não registra entradas e saídas não tem como melhorar a situação”, avisa.

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Ele, no entanto, defende que mesmo quem não consegue registrar 100% das despesas pode melhorar as finanças dominando 80% da movimentação ao longo do mês. “Fica mais fácil resgatar da memória os 20% faltantes e, de posse de boa parte dos gastos, já é possível perceber o padrão das despesas”, acrescenta.

Estrutura

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O economista e professor do Instituto Educacional BM&F Bovespa, José Alberto Netto Filho, explica que o objetivo da bolsa ao disponibilizar gratuitamente um modelo de planilha para quem acessa o site da instituição é o de familiarizar qualquer cidadão sobre a estrutura de receitas e despesas. “É o primeiro passo para a correção do desequilíbrio financeiro. O problema é o segundo momento da planilha, o do ajuste financeiro, que exige uma adequação da pessoa ou da família a sua realidade e isso por vezes implica em mudanças radicais”, aponta.

Netto diz que há vários exemplos de pessoas que estão complicando a saúde financeira por viverem em um bairro incompatível com a renda ou insistirem em pagar escola particular, quando o orçamento não permite. “Perceber isso na planilha é a parte mais fácil, mas realizar essa mudança exige muito esforço por um período considerável”.

Estabelecer metas ajuda o controle

Para se tornar suportável esse momento de cortes e redução no padrão de vida, os especialistas concordam que as pessoas devem ter metas claramente estabelecidas. “A planilha também entra nessa história, pois conseguir visualizar daqui até o fim do ano e conseguir não comprometer o 13.º salário, por exemplo, já é representativo, passa a ideia de prêmio para o sacrifício”, explica Netto.

O sócio fundador do site GuiaBolso.com, Thiago Alvarez, ressalta que quem começa a anotar os gastos percebe que o primeiro mês de planilha sofre diversas alterações. “Os gastos ocultos surpreendem muitas pessoas, por isso costumo dizer que o primeiro mês é fundamental para o aprendizado sobre o próprio comportamento financeiro e as adaptações fazem parte para que o planejamento financeiro a partir do segundo mês consiga realmente traduzir a realidade de cada um”, explica.

O site contabilizou mais de 40 mil consultorias financeiras pessoais e a partir disso lançou uma ferramenta que automatiza a anota,ção de todos os gastos. Para desfrutar do serviço totalmente gratuito, o usuário precisa cadastrar um e-mail e adicionar as contas de internet banking. Casais que não possuem contas conjuntas também podem desfrutar do serviço seguindo o mesmo. A plataforma disponibilizada pelo GuiaBolso permite registrar todas as transações e categorizar as despesas por itens como alimentação, transporte e habitação.

No caso de saques no caixa, o programa permite que o usuário inclua a tipificação da despesa posteriormente. “O ideal é que a pessoa utilize o cartão de débito em todas as despesas para que o registro seja mais cômodo e a pessoa consiga perceber como está gastando o dinheiro”, informa. Ele também recomenda um acompanhamento semanal da distribuição das despesas a fim de corrigir a rota antes de fechar o mês. “O programa permite gerar gráficos e visualizar as metas”.

De olho nas despesas

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também oferece gratuitamente um programa chamado Jimbo, que possibilita aos usuários o controle das pequenas despesas do dia a dia. Também está disponível o Jimbo Mobile, extensão para celular da versão para computadores.

Além do controle, o usuário recebe alertas sobre a data de pagamento das contas, verifica a situação financeira dos próximos meses e ainda é avisado se está endividado ou se é poupador. Mais explicações podem ser obtidas pelo site www.meubolsoemdia.com.br.

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