Controlar os gastos e investir ainda é uma barreira para muitos brasileiros. Mas uma nova leva de empresas promete descomplicar o ato de economizar e aplicar para o futuro. São as fintechs, que unem tecnologia e serviços financeiros.

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O jornal O Estado de S. Paulo fez uma seleção de empresas, que vão de aplicativos de controle de gastos a robôs automatizados para realizar investimentos.

“As fintechs tendem a ser focadas no usuário e a resolver problemas específicos”, afirma Lauro Gonzalez, coordenador do centro de estudos em microfinanças e inclusão financeira da FGV. Ele ressalta que essa prática se contrapõe aos bancos, que oferecem “produtos de prateleira” para um público amplo.

Para começar, a dica é ficar mais próximo do mundo de taxas, prazos e juros. A Calculadora do Cidadão, do Banco Central, realiza simulações simples e permite saber, por exemplo, qual será o rendimento de uma aplicação.

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Os que estão interessados em controlar melhor as despesas podem baixar o aplicativo GuiaBolso. Criado em 2014, o aplicativo conecta a conta bancária do usuário ao aplicativo e categoriza automaticamente os gastos. Em pouco tempo, é possível descobrir se o dinheiro do cafezinho após o almoço está pesando no orçamento ou se há outra gordura para queimar.

Quem já passou do primeiro passo pode começar a escolher onde investir. O aplicativo Renda Fixa compara taxas e retornos do Tesouro Direto, letras financeiras (LCI, LCA), CDBs, entre outros.

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Ele foi criado pelo desenvolvedor de software Francis Suenaga Wagner, de 32 anos. A ideia surgiu quando, já afastado de empregos em bancos, Wagner passou a estudar o mercado de renda fixa. “Eu me perguntava: quem tem a melhor taxa?”

Investimento

Depois de organizar as contas, chegou a hora de investir. Nessa tarefa, os robôs automatizados (ou robo-advisors, no jargão em inglês) despontam como alternativa. Em comum, eles fazem testes para traçar o perfil do usuário. Depois, um algoritmo indica, a partir dos dados coletados, o mix mais adequado entre títulos do Tesouro, ETFs (fundos que replicam índices de ações, como o Ibovespa) ou até fundos.

Uma dessas empresas é a gaúcha Warren, que ainda realiza testes e deve abrir em julho. “Queria tirar essa experiência de que investir é chato”, conta Tito Gusmão, sócio da empresa com seu irmão, André Gusmão, 33 anos, e Rodrigo Grundig, 29 anos. Os três têm experiência no mercado financeiro e em empresas de tecnologia.

A Warren tem o plano de permitir investimentos a partir de R$ 1 mil. Isso porque, segundo Gusmão, a fintech vai se apoiar na instrução 558 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em vigor desde janeiro deste ano, a normativa permite que uma gestora de investimento também faça a distribuição de seus produtos.

Na prática, a Warren não vai precisar de uma corretora, ao contrário de suas competidoras – Magnetis e Vérios. A novata vai concentrar a interação com o usuário por meio de um aplicativo.

Na Magnetis, aberta há três anos, o investimento mínimo é de R$ 25 mil, mas dois terços de seus clientes já aplicaram mais dinheiro após o montante inicial. “A maneira mais comum de calibrar os investimentos é por meio dos novos aportes”, conta Luciano Tavares, CEO da empresa.

Já na Vérios, que vem trabalhando com esse modelo no último um ano e meio, o aporte mínimo é de R$ 50 mil. “Criamos um produto tanto para quem não entende como para os que estão cansados de pesquisar”, diz o CEO da empresa, Felipe Sotto-Maior. Em testes para alguns clientes, a Vérios deve abrir para o público em geral até o fim do semestre.

A corretora parceira da Vérios é a Rico, que também tem o serviço, desde a semana passada, da americana Alkanza, presente em seis países da América Latina e Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.