Investimento

Aplicação na poupança bate recorde em março com a crise do coronavírus

Foto: Pixabay.

A caderneta de poupança, aplicação financeira mais lembrada dos brasileiros, voltou a atrair o interesse da população durante a pandemia do novo coronavírus. Durante o mês de março, de acordo com o Banco Central, o investimento bateu recorde. Os investidores depositaram R$ 12,17 bilhões a mais do que retiraram da aplicação. No mesmo período do ano passado, a diferença entre depósitos e saques da poupança atingiu R$ 1,85 bilhão.

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Apesar de ser um investimento que vem rendendo menos que a inflação, muitos brasileiros recorreram a poupança para garantir uma reserva para os dias difíceis. Segundo economistas, a expectativa é de que a inflação caia por causa da crise econômica, fazendo com que a aplicação termine o ano com rendimento próximo de zero ou até positivo.

Nos 12 meses terminados em março, a aplicação rendeu 3,64%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve como prévia da inflação oficial, atingiu 3,67%. O IPCA cheio de março será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima quinta-feira (9).

Investimento mais seguro na crise

A crise do novo coronavírus, que tem atingido a economia numa escala global, provocou uma queda expressiva da bolsa de valores e gerou instabilidade em outros investimentos, como os títulos do Tesouro, o que fez com que mais pessoas procurassem pela poupança. No mês passado, o Tesouro Direto chegou a ficar alguns dias fora do ar, por causa da turbulência do mercado financeiro.

Histórico

Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018, com captação líquida de R$ 38,26 bilhões. Em 2019, a poupança registrou captação líquida de R$ 13,23 bilhões.

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