Quem investiu em títulos públicos remunerados pela taxa básica de juro levou a melhor desde o início do Plano Real, que completa dez anos no próximo dia 1.º de julho. A conclusão é de um levantamento realizado pela Economática, consultoria especializada em informações financeiras.
Segundo o estudo, a aplicação nos papéis do governo acumulou um rendimento de 999,9% nos últimos dez anos. Descontada a inflação oficial do país, o ganho real fica em 311,6% – o maior entre os investimentos pesquisados pela consultoria.
“A aplicação em renda fixa atrelada a títulos do governo é a de maior segurança. Nos últimos anos, a rentabilidade paga tem sido muito mais atrativa do que qualquer outro investimento”, disse o diretor da Economática, Einar Rivero.
A LFT (Letra Financeira do Tesouro) é o título público cujo rendimento acompanha a variação da taxa Selic. São os fundos DI e de renda fixa que carregam esses papéis.
Em segundo lugar no ranking das melhores aplicações em dez anos do Plano Real, está o CDI-Over, que é a taxa média do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) de um dia, usada como referencial para o custo do dinheiro (juros). Segundo a Economática, o CDI-Over subiu 988,6% desde o julho de 1994. Excluindo a inflação, a variação foi de 307,4%.
Em dez anos de Plano Real, a economia brasileira enfrentou choques externos, como as crises no México (95), Ásia (97), Rússia (98) e Argentina (2001). Nesses períodos, o aumento da aversão ao risco fez o investidor estrangeiro retirar recursos dos mercados emergentes, com a venda maciça de títulos e ações desses países.
Quem preferiu colocar suas economias na poupança, aplicação mais popular do País, conseguiu proteger seu dinheiro em dez anos de Real. A poupança ficou em quinto lugar com rendimento nominal de 349,2% e real de 68,1%.
Já, o dólar, aparece na lanterninha do levantamento. Segundo a Economática, a moeda americana valorizou 213,8% em dez anos, mas o rendimento, descontado a inflação, ficou em apenas 17,4%. A paridade do real e do dólar durou até janeiro de 1999, quando o governo foi obrigado a desvalorizar a moeda.