Apicultura ganha destaque e se insere como alternativa econômica rentável.

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A Secretaria da Agricultura do Estado do Paraná realiza, no dia 22 de julho próximo, o Encontro Estadual de Apicultura, que vai servir, além de proporcionar debates em torno da atividade, para a instituição da Câmara Técnica do Complexo Apícola, que fará parte do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf). As inscrições para o evento já estão abertas.

Segundo o médico-veterinário do Departamento de Economia Rural (Deral), Roberto de Andrade Silva, a Câmara será um espaço permanente para discussões e debates sobre as principais questões que envolvem a apicultura paranaense. ?A Câmara vai reunir todos os atores da cadeia produtiva da apicultura, como produção, processamento, distribuição, comercialização e os segmentos que produzem equipamentos e embalagens?, afirmou.

Para o presidente da Federação de Apicultores do Paraná (Fepa), Lothario Lohmann, a criação da Câmara Técnica veio na hora certa. ?Nosso setor estava esquecido, sem incentivos. O desânimo provocou uma falta de união dos produtores. Agora, sentimos que podemos dar a volta por cima?, afirmou. Lohmann, que também é presidente da Associação de Apicultores do Oeste do Paraná e agricultor, possui 70 colméias no município de Marechal Cândido Rondon, na região oeste do Estado.

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Segundo ele, os últimos incentivos ao setor, até então, ocorreram na primeira gestão do governador Roberto Requião, em 1993. ?Naquele ano, recebemos equipamentos indispensáveis a nossa atividade, como cilindro e centrífugas?, lembrou. Para o agricultor, o setor só pode voltar a crescer com o apoio do governo. ?Sentimos que, agora, isso vai ser possível. É preciso levantar o astral do apicultor paranaense. Sem o apoio do governo, não tem como o setor funcionar?, disse. A Associação de Apicultores do Oeste do Paraná foi fundada em 1992. Atualmente, reúne 25 produtores.

Quanto ao potencial da apicultura paranaense, o produtor Adhemar Pegoraro acredita que os avanços serão inevitáveis a partir de uma maior capacitação dos agricultores. Segundo ele, são necessários mais cursos, treinamentos e uma melhor infra-estrutura coletiva, como a unidade de beneficiamento do mel, onde vários produtores possam desenvolver a atividade a um custo menor.

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Entre os desafios do setor, está o melhoramento genético. ?Precisamos escolher as melhores entre todas as colméias. Delas, separar as que vão produzir o mel e a própolis que queremos?, disse.

Durante o encontro, serão apresentados o Estudo da Cadeia Produtiva da Apicultura Paranaense, realizado pelo Sebrae/PR, e o Projeto de Apicultura APA do Irai, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os interessados poderão se inscrever nos escritórios regionais e locais da Emater-PR. Ou através do e-mails deral@apr.gov.br e andrades@seab.pr.gov.br.

Câmara Técnica

A criação da Câmara Técnica vai incentivar a formulação de políticas para o desenvolvimento não apenas da apicultura, como também da agricultura de polinização. A iniciativa vai contribuir para a conservação do meio ambiente. Além de propor medidas para o desenvolvimento do setor, a Câmara vai possibilitar uma maior integração entre produtores, entidades associativas, processadores, indústria, pesquisa, extensão e assistência técnica.

Outros serviços, ligados à cadeia produtiva, também serão beneficiados com a instituição da Câmara. Além de defender mecanismos para a profissionalização do setor, a Câmara também vai propor estratégias para inserção da apicultura no desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da agricultura familiar paranaense.

Exportações

No ano passado, o Brasil exportou 21.028 toneladas de mel: 9,1% a mais que em 2003, quando o volume exportado foi de 19.273 toneladas. Estes números comprovam a tendência do mel nacional estar cada vez mais presente no mercado internacional. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em 2004, o Paraná exportou 1.735 toneladas.

De acordo com o IBGE, o Paraná produziu, em 2003, 4.068 toneladas de mel. Naquele ano, o Estado foi o terceiro maior produtor de mel do País. Os últimos números do IBGE, para o setor, revelam que, naquele ano, a produção nacional foi de 30 mil toneladas.