Exportar não é tarefa simples para as empresas. Nas pequenas e médias, a dificuldade costuma ser ainda maior. Entre os problemas não está só a burocracia, mas principalmente encontrar clientes e mercados em potencial.
Para ajudar a contornar essas dificuldades, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançou ontem, em Curitiba, uma unidade de atendimento local. A sede, instalada no prédio central da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), deve atender esses empresários dispostos a alçar novos voos.
Sócio da Costa Frio, que produz acessórios para sorveteria, o empresário Ade Costa é exemplo das dificuldades das empresas em exportar. Com um grande excedente de produção, ele decidiu vender seus produtos no exterior. Porém, implantar a decisão não foi tão simples.
“É muito difícil exportar sem orientação. A maior dificuldade é localizar os clientes lá fora”, diz. Para isso, Costa procurou a Apex-Brasil, que o está ajudando a encontrar os melhores mercados. Segundo ele, uma sede próxima vai facilitar bastante as consultas e a troca de ideias.
Opinião parecida tem o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Mauricio Borges. Para ele, a descentralização da entidade – que vem inaugurando unidades em vários estados – visa prestar um melhor atendimento às empresas. Borges acredita que a crise econômica mundial não é empecilho para ações das empresas no exterior. Para ele, as oportunidades existem, até em função da crise. “E com esse diferencial, que são as informações, podemos identificar quais são”, afirma.
O coordenador do Conselho Temático de Comércio Exterior da Fiep, Ardisson Akel, segue na mesma linha. Apesar da própria Fiep ter divulgado, esta semana, uma redução de 41% na exportação de produtos manufaturados, no Paraná, no primeiro trimestre do ano, ele vê as exportações como diferenciais.
“A crise cada vez mais exige que o empresário seja ousado e procure atingir outros mercados. Isso fica muito mais fácil quando ele procura ajuda de uma instituição”, afirma.
O gerente executivo da Unidade de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Frederico Álvares, acredita que as informações estratégicas levantadas pela equipe da Apex-Brasil – que é apoiada pela CNI – podem ser determinantes para o sucesso de ações de empresas no exterior.
“Através de uma investigação, podemos orientar uma empresa que estava originalmente pensando em entrar em um mercado A, a ir para o mercado B, melhor para o seu produto”, explica.