A despeito da cautela com a tensão comercial EUA/China, o Ibovespa abriu em alta e sobe acima dos 103 mil pontos, impulsionado pela valorização das ações da Petrobras, mesmo depois de o lucro da petroleira ter ficado abaixo do esperado no segundo trimestre. Em teleconferência no período da manhã desta sexta-feira, 2, para comentar o balanço trimestral, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, traçou perspectivas que foram consideradas positivas por analistas.
Conforme Castello Branco, a desalavancagem continua como prioridade para a companhia e o objetivo é conquistar grau de investimento.
Ele destacou que houve melhora operacional significativa no segundo trimestre e que a produção cresceu 4%. A estatal, disse o executivo, está investindo US$ 21 bilhões para deter o declínio da Bacia de Campos, e que manterá perspectiva de crescimento da produção.
As ações da Petrobras avançavam quase 5,00%. Já os papéis da Vale caíam 0,66%, reagindo ao declínio perto de 7,00%. O Ibovespa tinha alta de 1,00%, aos 103.147,87 pontos, na máxima, apesar da queda em Nova York.
Em análise a clientes, a XP Investimentos cita que a base de comparação com suas estimativas foi muito poluída devido à mudança da BR Distribuidora para a linha de operações descontinuadas, ajustes do IFRS (norma contábil) e impactos não recorrentes.
Na Europa e em Nova York, as bolsas caem após o governo dos Estados Unidos anunciar que vai impor novas tarifas às importações chinesas. O governo chinês ameaça retaliar.
Os investidores ainda avaliam dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que podem colocar mais pressão sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central do país).
A economia do país criou 164 mil empregos no mês passado, na comparação com previsão de 170 mil postos. No entanto, o salário médio por hora subiu 0,29% ante junho, com previsão de alta de 0,2%.
Na onda de tensão comercial, o Japão aprovou a remoção da Coreia do Sul de uma “lista branca” de países com status comercial preferencial. Essas disputas elevam ainda mais as preocupações sobre a desaceleração econômica mundial.