Os comunicados do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) são os grandes condutores da Bolsa desta que é chamada de a Super Quarta, conforme analistas. Além disso, a entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, às 16h30, meia hora antes da decisão sobre juros, para a qual espera-se manutenção, também deve nortear os negócios.
No momento de incerteza sobre a guerra comercial, já que o prazo para a imposição de tarifas dos EUA para a China está se aproximando, investidores ficarão atentos às palavras de Powell para saber qual a visão da autoridade monetária sobre os efeitos do impasse comercial.
Além disso, o pleno emprego norte-americano e a inflação baixa são alguns dos argumentos para que o Fed mantenha o juro no nível atual por mais tempo. “As decisões sobre juros aqui e nos EUA já são esperadas, mas os comunicados é que são mais aguardados”, diz um operador.
A expectativa é que a taxa dos Fed Funds permaneça entre 1,5% e 1,75% na decisão desta quarta-feira. “Além da espera pelas palavras do presidente do Fed, há uma atenção ainda em relação à guerra comercial. Se as tarifas a produtos chineses não forem prorrogadas, podem gerar algum incômodo nos mercados”, estima Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante Ideias de Investimentos.
O Ibovespa iniciou o pregão em alta superior aos 111 mil pontos, mas perdeu força. Às 11h07, subia 0,18%, aos 110.869,87 pontos, reforçando o clima de cautela. As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York seguem perto da estabilidade.
As vendas do varejo, reforçando retomada da economia, e a estreia da XP Investimentos na bolsa americana na Nasdaq nesta quarta, podem dar impulso às ações varejistas e do Itaú, respectivamente. O avanço do minério na China nesta quarta também ajuda, mas de forma discreta. Vale ON tinha ganho de 0,37%, às 11h10. Já Petrobras PN subia 0,16%, enquanto o papel ON caía 0,19%. O petróleo tinha declínio no exterior.
Internamente, as vendas do comércio varejista subiram 0,1% em outubro ante setembro, e cresceram 4,2% ante outubro de 2018. As medianas das estimativas na pesquisa do Projeções eram, pela ordem, de 0,1% e de 3,80%. Já as vendas do varejo ampliado (considera ainda veículos e material de construção) subiram 0,8% em outubro ante setembro, ficando no teto das projeções (piso de recuo de 0,20% e mediana positiva de 0,20%), e avançaram 5,6% na comparação interanual, superando também o teto de 5,5% (piso de 2,3% e mediana de 4,1%). “Atenção sobretudo no resultado em 12 meses, que mostrou avanço, reforçando a retomada, mas não é nada espetacular”, diz Guimarães.
As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,6% no ano. No acumulado em 12 meses, houve avanço de 1,8%. Já as do ampliado acumularam 3,8% no ano e em 12 meses. Ambos os resultados superaram os vistos na pesquisa de setembro.