Apesar da renda em alta, comércio demite, diz IBGE

Embora a massa salarial paga aos trabalhadores no País tenha se mantido em patamar recorde em junho, aos R$ 35,6 bilhões, e o rendimento médio real tenha subido 0,5% ante maio, o apetite do brasileiro pelo consumo pode ter começado a diminuir. Houve redução nas vagas no comércio e nos setores de alimentos, hospedagem e turismo, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego referente ao mês de junho, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio perdeu 73 mil vagas no conjunto das seis regiões metropolitanas que compõem a pesquisa, enquanto o grupo outros serviços – que engloba alimentação, hospedagem e turismo, entre outros – teve redução de 46 mil vagas.

“O resultado do comércio está ligado diretamente ao aumento do poder de compra. Se tenho aumento do poder de compra, tenho aumento na ocupação. Mas não é isso que estamos vendo aqui. Temos que esperar mais um mês ou dois para entender o que aconteceu”, disse Cimar Azeredo, gerente da coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, reconhecendo que fatores exógenos podem estar restringindo o consumo. “Pode estar acontecendo, mas isso não pode ser dito no contexto da pesquisa”, alertou.

No entanto, a indústria puxou a criação de vagas. Em junho, houve a criação de 29 mil vagas. “Não chega ser um dado significativo, mas houve aumento”, ressaltou Azeredo.

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,2% em junho, ante 6,4% em maio. A taxa de desemprego de 6,2% em junho foi a menor para o mês desde o início da série histórica (março de 2002) da Pesquisa Mensal de Emprego.

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