Apenas 35% dos brasileiros compram seguro, diz FenaPrevi

Apesar de a maioria dos brasileiros se preocupar com a possibilidade de ocorrências imprevisíveis, somente 35% da população compram seguros para se protegerem de infortúnios. A constatação é de uma pesquisa feita pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Em sua maioria, conforme o levantamento, as pessoas recorrem a aplicações financeiras (36%). Outros 29% dos entrevistados economizam de forma doméstica e 3% fazem investimentos.

Questionados sobre a preocupação com situações imprevisíveis no futuro, 66% dos entrevistados responderam que fazem algo para se precaver, enquanto 26% dos cidadãos consultados se preocupam, mas não o suficiente. Os que não se preocupam totalizaram 5% e as pessoas que não sabem sobre o assunto alcançaram 3%.

Desses 66% que têm preocupação, porém, conforme o presidente da FenaPrevi, Osvaldo do Nascimento, somente 31% fazem algo para se precaver contra infortúnios. “O que chamou atenção na pesquisa foi a dificuldade das pessoas entenderem do que elas necessitam em termos de cobertura de seguros. Não passamos para os cidadãos de maneira mais didática qual a complementaridade que o seguro de vida pode fazer para essas pessoas”, avaliou ele, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 28.

Além de avaliar a preocupação das pessoas contra situações imprevisíveis no futuro e ações para se precaverem, a pesquisa também avaliou a posse de seguros pessoais no Brasil. Conforme o estudo, da totalidade da amostra, somente 18% da população têm algum seguro contratado. Desses, a modalidade com maior penetração entre os consumidores brasileiros é o seguro funeral, que cobre despesas com sepultamento e procedimentos burocráticos em caso de falecimento do segurado, com 11%.

Em segundo lugar, vem o seguro por morte, com 8% da amostra. As apólices que protegem os cidadãos por invalidez e o seguro de acidentes pessoais responderam por 4% cada. Já os seguros por desemprego e perda de renda alcançam apenas 1% da mostra, modalidade que é seguida por seguro viagem (0,5%), seguro educacional (0,3%) e seguro prestamista (0,1%), sendo o último destinado a cobrir o pagamento de parcelas em financiamentos em caso de morte, invalidez, desemprego ou perda de renda do segurado.

Dificuldade para comprar seguros

Sobre os entraves que impossibilitam as pessoas de comprarem seguros, falta de renda disponível é a principal dificuldade para 53% da amostra analisada pela pesquisa da FenaPrevi. Outros 44% dizem nunca ter se interessado por contratar um seguro, e 15% declaram achar o preço alto para o benefício que o produto oferece. Da população consultada, 5% disseram não ter informações suficientes para adquirir um seguro e 1% disse não acreditar em seguros.

“Mesmo que a renda tenha avançado nos últimos anos, ela ainda segue sendo um entrave para o crescimento do setor de seguros de pessoas”, analisou Nascimento. “Conforme a pesquisa indica, no contexto da média do orçamento familiar brasileiro, o seguro ainda é um item de proteção financeira inacessível”, complementa.

Realizada pelo Instituto Ipsos, a pesquisa foi feita com base em entrevistas domiciliares com 1,5 mil indivíduos (53% do sexo feminino e 47% masculino) das cinco regiões do país, das classes A/B, C e D/E. Segundo o presidente da FenaPrevi, é a primeira vez que a instituição faz um estudo setorial com uma amostra desta abrangência.

Patrimônio

De acordo com o presidente da FenaPrevi, o patrimônio da previdência privada no Brasil deve ultrapassar o dos fundos de pensão em cinco anos. Hoje, esse montante está, de acordo com ele, em R$ 400 bilhões ante R$ 600 bilhões do mercado fechado de previdência.

“Há cinco anos, o patrimônio da previdência privada era menos de 25% do patrimônio dos fundos de pensão. Hoje, está em R$ 400 bilhões e vai crescer mais que o patrimônio dos fundos de pensão, pois as contribuições na previdência privada crescem em um ritmo superior aos pagamentos”, avaliou.

Nascimento ponderou, porém, que o desenvolvimento dos fundos de pensão do executivo, legislativo e judiciário tendem a impulsionar o patrimônio da previdência fechada.

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