A Associação Paulista de Supermercados (Apas) mantém a projeção de crescimento de 4,5% no faturamento dos estabelecimentos paulistas este ano, mesmo com o cenário macroeconômico de queda de juros.
“Nossa projeção está até otimista, já que nos quatro primeiros meses do ano o consumidor gastou menos do que gostaríamos. Devemos fechar o acumulado do ano até abril em torno de 3%”, declarou o vice-presidente de comunicação da Apas, Martinho Paiva, durante a abertura do 28º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados – Apas 2012, que começou nesta segunda-feira em São Paulo e segue até o dia 10 de maio. Segundo ele, a base de comparação de 2011 é muito forte, o que contribui para um crescimento menor neste ano.
Paiva também comentou que qualquer queda na taxa de juros é bem vinda tanto para o consumidor quanto para os supermercadistas. “Mas precisamos que esse movimento se torne efetivo para esses públicos. O que vejo ainda é que a queda é superficial, pontual. Ela tem que ser sustentável”, disse.
Para o presidente da Apas, João Galassi, a redução na taxa Selic é importante porque gera renda e, consequentemente, aumenta o consumo. “Há uma parcela no orçamento que é paga em juros e, reduzindo esse porcentual, teremos mais dinheiro na economia”, declarou. “A grande questão é que há disposição política para resolver o problema da alta taxa de juros. O governo precisa agora resolver questões técnicas, como cadastro positivo, redução de despesa pública, entre outras”, completou.
Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, o governo precisa tomar ainda outras medidas para promover o crescimento do País. “Nós (Brasil) não aproveitamos a taxa de crescimento mundial porque a nossa (taxa de juros) é uma das mais altas e isso inibiu o crescimento da economia. Por isso é importante a redução da taxa”, disse o executivo.