O Operador Nacional do Sistema (ONS) detectou falha humana durante a investigação do apagão ocorrido em março, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil. De acordo com o diretor geral do órgão, Luiz Eduardo Barata, houve erro na instalação do disjuntor, que não deveria “abrir” (deixar de conduzir energia).

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“No disjuntor deveria ter apenas um alarme, não precisa ter abertura, depois do alarme se reduz a geração na mão. Indevidamente, tinha uma ordem de abertura no valor indevido”, explicou Barata. “Alguém programou esse ajuste e o ajuste foi indevido”, reafirmou.

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Um relatório sobre a ocorrência será entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 15 dias, que será a responsável por notificar as empresas envolvidas, Eletrobras e State Grid, sócias da Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE) para mais explicações e eventuais multas. A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) também poderá ser notificada depois de o ONS ter identificado também falha na operação da usina de Paulo Afonso durante a ocorrência.

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De acordo com Barata, 98% das linhas de transmissão do Nordeste saíram de operação e 86% do Norte. No Sudeste os apagões ocorridos por falta de carga foram pontuais, observou.

“A região Nordeste foi a mais castigada, no Norte teve duração 2 horas”, disse Barata, informando que no Nordeste a primeira ocorrência de falta de energia foi registrada 16h30 e o último religamento foi às 22h20 .

Barata admitiu que se a Abengoa não tivesse entrado em default e abandonado o projeto é possível que o apagão não tivesse acontecido, já que os dois barramentos do projeto já teriam sido construídos e a segurança seria maior.

Segundo ele, no momento o segundo barramento já foi finalizado e a linha de transmissão está operando normalmente. “O alarme já foi instalado”, informou. “Se estivesse como o planejado você teria dois barramentos. Se o sistema estivesse completo, não aconteceria”, afirmou.