O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse que seria “um tiro no pé” anunciar antes do final de março a prorrogação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros populares. O Ministério da Fazenda não confirma a prorrogação pois a medida perderia o efeito imediato de estimular o setor e a economia em crise, já que muitas pessoas poderiam postergar a compra do carro novo.
Durante reunião do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento, em Brasília, o ministro não quis confirmar a prorrogação, mas também não negou. Só lembrou que, embora a medida tenha trazido queda na arrecadação, foi um grande alento na produção industrial.
“Se eu soubesse também não ia dizer porque essa é uma medida que fica a cargo do Ministério da Fazenda e também seria um tiro no pé anunciar antes do dia 30 ou 31 de março. Acho que todo mundo entende como funciona isso”, disse.
Anunciada no início de dezembro, a medida tem o objetivo de preservar empregos e estimular a economia no setor. A medida barateou temporariamente a compra de automóveis novos. Os carros de até 1.000 cilindradas, que pagavam alíquota de 7% de IPI, ficaram isentos do tributo neste período.
Para os carros de 1.001 a 2000 cilindradas, a taxa caiu dos atuais 13% para 6,5% (gasolina) e de 11% para 5,5% (álcool e flex); de 2.000 cilindradas em diante ficaram mantidas as alíquotas de 25% (gasolina) e de 18% (álcool e flex).
No caso das picapes até 1.000 cilindradas, consideradas veículos leves, a queda foi de 8% para 1%.