Antonina aguarda por definição russa

A decisão russa de proibir a exportação de carne via Antonina, litoral do Paraná, pode ser revista esta semana. Pelo menos é esta a expectativa do diretor-presidente do terminal portuário Ponta do Félix, José Augusto Desordi da Costa. A missão russa, que está no Brasil há mais de uma semana, deve se reunir amanhã com representantes da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura.

?Essa reunião será para avaliar a visita ao Brasil. Nossa expectativa é que, ainda esta semana, o quadro seja revertido?, afirmou Costa. Enquanto isso não acontece, o terminal segue trabalhando com cargas menores de outros mercados.

Desde o último dia 9, o Ponta do Félix está proibido de escoar produtos congelados -carne bovina, suína e de frango – para a Rússia, país que responde por mais de 90% da carne escoada pelo terminal paranaense. O motivo ainda não foi oficialmente esclarecido. A previsão era que o Ponta do Félix movimentasse este mês 30 mil toneladas de congelados; porém, até agora, a quantidade chegou apenas a 4 mil toneladas. Com a medida, os armazéns refrigerados do terminal estão lotados: há quase 10 mil toneladas de carne, aguardando o embarque. A restrição vale também para os portos de Imbituba e Itajaí, em Santa Catarina.

Na última sexta-feira, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) confirmou a suspensão da compra de carne bovina de 11 frigoríficos brasileiros, pela Rússia. O país é o principal importador de carne bovina do Brasil. A Rússia já mantinha embargo para quatro frigoríficos de aves e um bovino. Com a nova restrição, subiu para 15 o número de plantas proibidas de exportar para os russos.

Ontem, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura enviou comunicação oficial ao governo da Rússia pedindo esclarecimentos sobre o motivo do embargo à carne brasileira.

Mesmo não tendo recebido comunicação oficial do governo russo, a SDA enviará eletronicamente os certificados sanitários internacionais de todas as cargas de origem animal exportadas para aquele país, para aumentar a segurança das transações.

A SDA comunicou ainda às autoridades russas que, a partir de agosto, todos os certificados sanitários internacionais expedidos pelo Brasil àquele país serão impressos em papel de segurança, o que diminuirá a possibilidade de fraudes do documento.

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