Antiga LG Philips vai fechar quatro fábricas no Brasil

A LP Displays do Brasil, antiga LG Philips, vai fechar até agosto as quatro fábricas que produzem tubos para televisores e demitir 2.200 pessoas. O anúncio pegou de surpresa até o sindicato da categoria e provocou protestos nesta segunda-feira (4) de manhã em São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde a empresa possui uma de suas plantas. Além de São José, serão fechadas as unidades de Capuava, Suzano e Recife. Somente a fábrica de Manaus vai continuar produzindo tubos para televisores de 29 polegadas. A LP é líder mundial em venda de cinescópios para televisores e monitores de computador.

Para a empresa, a redução nas vendas de televisores menores (de 14 e 20 polegadas) e a acentuada queda nos preços internacionais unidas à valorização do real ante o dólar foram "desastrosas" para os resultados da LP Displays, que decidiu reestrututurar sua base industrial no país. "Esse não é um bom momento para nossas operações no Brasil. Analisamos todas as possíveis alternativas, mas o mercado dita as regras, a fabricação de tubos pequenos e médios se tornou inviável e não temos como sustentar essa operação", declarou o presidente da empresa, Jeong Ilson. A mudança vai fazer com que os modelos menos vendidos sejam importados das unidades asiáticas.

Em São José dos Campos, os 1.200 funcionários receberam a notícia na sexta-feira e desde então estão em greve. Nesta segunda-feira uma nova assembléia foi realizada em frente à fábrica e a produção continua parada. Os trabalhadores decidiram pedir ajuda ao poder público municipal e seguiram em caminhada da unidade até a prefeitura. No meio do percurso, por volta das 8h50, invadiram a pista sentido Rio de Janeiro e seguiram em passeata por cerca de uma hora. O manifesto provocou nove quilômetros de congestionamento e um acidente na pista contrária, entre uma motocicleta e um caminhão, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Por volta das 9h50, os cerca de 500 manifestantes deixaram a pista, mas o trânsito ficou bastante complicado mesmo depois da saída da rodovia.

O protesto continuou até a prefeitura. Os operários exigiam ser atendidos pelo prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB). "As 1.200 demissões em São Jose dos Campos vão causar um problema social muito grande", alegavam os metalúrgicos. Além da ajuda do governo municipal, o Sindicato dos Metalúrgicos vai pedir que o governo federal e também o governador de São Paulo José Serra interfiram nesta decisão da empresa. "A empresa desfrutou de muitas isenções fiscais do Estado e agora quer colocar na rua pais e mães de família? Isso é intolerável", alegou o presidente do sindicato, Adilson dos Santos.

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