Antecipação do Reintegra não afeta exportações,diz a AEB

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou nesta terça-feira, 30, que o pacote de estímulos anunciado na segunda-feira, 29, pelo governo a exportadores não será suficiente para impulsionar o resultado comercial do País. Segundo ele, as exportações brasileiras devem recuar 6% em 2014, mesmo com os benefícios. As importações, em sua previsão, caem 5%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que antecipará para outubro a entrada em vigor da alíquota reduzida de 3% do Reintegra para exportadoras.

“É muito pouco, não ajuda em nada”, disse Castro após participar de seminário organizado pela Amcham. “Nossa defasagem é muito maior do que os 3%.” Ele criticou também a falta de perspectivas para 2015 e afirmou que, no ano que vem, o setor não sabe o que esperar do governo.

Para 2015, Castro projeta uma queda entre 3% e 4% das exportações. Segundo ele, o recuo é motivado pela queda dos preços das commodities agrícolas, principalmente a soja e o milho.

Para o presidente da AEB, a recente desvalorização do real frente ao dólar ajuda a promover as exportações caso se estabilize. Ele afirma, no entanto, que nada até agora prova que esse cenário do câmbio vai se manter. Segundo Castro, o Banco Central está tentando controlar a valorização do dólar para conter a alta da inflação.

De acordo com ele, o dólar no patamar de R$ 2,40 agrada a 40% dos exportadores. Nos R$ 2,50, o câmbio agradaria a 70% e, em R$ 2,60, agradaria a 100%.

Ele adverte, no entanto, que a desaceleração da economia argentina limita o impacto do câmbio sobre as exportações do Brasil. A desvalorização do real, explica, impulsiona principalmente a busca por produtos manufaturados brasileiros e a Argentina é o principal importador desses produtos.

A principal função do dólar mais valorizado, diz ele, será reduzir as importações. Castro afirma que o ano de 2015 terá o que chama de superávit negativo, causado não pelo aumento das exportações, mas pela queda das importações.

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