A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) espera realizar até 2015 pelo menos dois leilões com áreas exploratórias do pré-sal já sob o novo modelo de partilha, disse hoje a diretora da reguladora, Magda Chambriard, principal autoridade brasileira presente na abertura da Offshore Technology Conference (OTC), hoje, no Rio de Janeiro. Em apresentação a um público formado principalmente por representantes da cadeia fornecedora de óleo e gás atuante no país, a diretora estimou negócios de US$ 400 bilhões a serem encomendados até 2020 no Brasil, estimulados principalmente pelo pré-sal. Desse montante, segundo ela, US$ 9 bilhões serão investidos em Planejamento e Desenvolvimento, volume que praticamente triplica o total aplicado entre 1998 e 2010, que atingiu US$ 3,2 bilhões.
A diretora não quis comentar o adiamento da 11ª Rodada da ANP – com áreas do pós-sal e ainda sob o antigo modelo de concessão – que estava previsto para acontecer até o final do ano. Ela apenas lembrou que a ANP entregou ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a relação das áreas a serem ofertadas, ainda em abril, e que, por isso, haveria tempo hábil para a realização do leilão. “Foi uma decisão do governo e não da ANP”, frisou.
Sobre os leilões do pré-sal, ela destacou que a primeira área ser leiloada deverá mesmo ser Libra, em que a ANP prospectou até 15 bilhões de barris. “A área havia sido desprezada pela Petrobras e pelas outras empresas em leilões passados e coube à ANP ir lá, furar e encontrar este megacampo, assim como havia sido com Franco (área que a União repassou para a Petrobras no ano passado, por meio da cessão onerosa, durante o processo de capitalização da estatal)”, disse Magda em entrevista à imprensa.